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13-02-2004

Pombal pode acabar na barra do tribunal


Oliveira do Bairro

São Pombas que, há três anos, põem os cabelos em pé da vizinhança, em especial de Rita Tavares, que diz não suportar mais as aves.
“Estão a passar todas as medidas possíveis e imaginárias”, desabafa Rita Tavares, residente na Rua da Estação, em Oliveira do Bairro, que aponta o dedo “às aves e galináceos” e conta que “o cheiro libertado é nauseabundo” e que “está farta de sofrer”, até porque “padece de uma rinite crónica”.


BARRA DO TRIBUNAL


 


Rita Tavares diz que já tentou por todas as vias para que o vizinho retire o pombal que está entranhado entre duas casas, mas todos os contactos têm sido infrutíferos. “Agora que já não há muitos passos a dar, a melhor forma será a barra do tribunal”.


No entanto, Rita Tavares desconhece que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro já deu ordens de “despejo” das aves, mas o dono limitou-se a mudar de local e “a legalizar a situação”. Aliás, Rita Tavares diz que “isto ainda não foi resolvido porque algumas cunhas andam a empatar tudo isto”, argumentando que, por este andar, se legalizarem “aquela coisa, qualquer dia, uma pessoa está sujeita a ter uma pocilga ao lado de casa e ninguém pode fazer nada”.


 


NARIZ A ARDER


 


A lesada conta ainda ao Jornal da Bairrada que o proprietário do pombal nunca aceitou as ordens dadas pela câmara e pelos próprios advogados da câmara. “Eu ando muito mal. Sempre com as lágrimas nos olhos e agora com o Nariz a arder. Nesta situação estou sujeita a apanhar a chamada doença das pombas”.


Para o vereador das obras da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Fernando Silva, é óbvio que o pombal tem que cumprir a legislação, prevista no PDM, sublinhando que “a câmara já perdeu demasiado tempo com esta questão”. “Uma obra que não tem grande significado”, afirma.


Fernando Silva esclarece que o problema é que a vizinha não quer o pombal e argumenta que sofre de uma doença, mas o problema base é que os dois vizinhos não se entendem e ambos acabam por ter as suas razões.


No entanto, o vereador recorda que já foi dada uma ordem de demolição / retirada do pombal, através do ofício 478/03, dando ao proprietário um mês para a execução do despacho.


 


MÁ VIZINHANÇA


 


Para António José Marques Almeida, o dono das pombas, tudo não passa de uma má vizinhança e prontificou-se a dizer que os pombos é vão continuar no mesmo local, até porque são protegidos pela Federação Portuguesa de Columbofilia.


“São perto de 200 pombos de competição e todos anilhados de acordo com as normas exigidas”, conta António José que afirma “tratar das aves com o seu maior carinho”.


António Marques reconheceu que esta luta já dura há três anos e que a vizinha não lhe tem dado descanso. “Mas não é só comigo, já meteu outro vizinho em tribunal, e só não vai contar para o jornal o que se passa lá em casa”.


 


Pedro Fontes da Costa


pedro@jb.pt

 


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