São Pombas que, há três anos, põem os cabelos em pé da vizinhança, em especial de Rita Tavares, que diz não suportar mais as aves. “Estão a passar todas as medidas possíveis e imaginárias”, desabafa Rita Tavares, residente na Rua da Estação, em Oliveira do Bairro, que aponta o dedo “às aves e galináceos” e conta que “o cheiro libertado é nauseabundo” e que “está farta de sofrer”, até porque “padece de uma rinite crónica”.
BARRA DO TRIBUNAL
Rita Tavares diz que já tentou por todas as vias para que o vizinho retire o pombal que está entranhado entre duas casas, mas todos os contactos têm sido infrutíferos. “Agora que já não há muitos passos a dar, a melhor forma será a barra do tribunal”.
No entanto, Rita Tavares desconhece que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro já deu ordens de “despejo” das aves, mas o dono limitou-se a mudar de local e “a legalizar a situação”. Aliás, Rita Tavares diz que “isto ainda não foi resolvido porque algumas cunhas andam a empatar tudo isto”, argumentando que, por este andar, se legalizarem “aquela coisa, qualquer dia, uma pessoa está sujeita a ter uma pocilga ao lado de casa e ninguém pode fazer nada”.
NARIZ A ARDER
A lesada conta ainda ao Jornal da Bairrada que o proprietário do pombal nunca aceitou as ordens dadas pela câmara e pelos próprios advogados da câmara. “Eu ando muito mal. Sempre com as lágrimas nos olhos e agora com o Nariz a arder. Nesta situação estou sujeita a apanhar a chamada doença das pombas”.
Para o vereador das obras da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Fernando Silva, é óbvio que o pombal tem que cumprir a legislação, prevista no PDM, sublinhando que “a câmara já perdeu demasiado tempo com esta questão”. “Uma obra que não tem grande significado”, afirma.
Fernando Silva esclarece que o problema é que a vizinha não quer o pombal e argumenta que sofre de uma doença, mas o problema base é que os dois vizinhos não se entendem e ambos acabam por ter as suas razões.
No entanto, o vereador recorda que já foi dada uma ordem de demolição / retirada do pombal, através do ofício 478/03, dando ao proprietário um mês para a execução do despacho.
MÁ VIZINHANÇA
Para António José Marques Almeida, o dono das pombas, tudo não passa de uma má vizinhança e prontificou-se a dizer que os pombos é vão continuar no mesmo local, até porque são protegidos pela Federação Portuguesa de Columbofilia.
“São perto de 200 pombos de competição e todos anilhados de acordo com as normas exigidas”, conta António José que afirma “tratar das aves com o seu maior carinho”.
António Marques reconheceu que esta luta já dura há três anos e que a vizinha não lhe tem dado descanso. “Mas não é só comigo, já meteu outro vizinho em tribunal, e só não vai contar para o jornal o que se passa lá em casa”.
Pedro Fontes da Costa
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Diário de Aveiro |