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NOTÍCIAS | | | 01-04-2003
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| Aveiro |
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Quercus alerta para caça ilegal na Ria
A associação ambientalista Quercus alertou para a prática ilegal de caça na Ria de Aveiro, nomeadamente o abate de espécies protegidas, e reclamou maior fiscalização.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente do núcleo de Aveiro da Quercus, Fernando Leão, disse que a caça ilegal na ria é um problema «bastante grave« que se repete todos os anos.
Segundo os ambientalistas, apenas 11 por cento das espécies de aves e mamíferos existentes na ria é considerada cinegética, contudo, «a maior parte das espécies está sujeita ao abate ilegal«.
«Os grupos mais afectadas são as garças, as cegonhas, as aves de rapina diurnas e nocturnas e algumas limícolas (que vivem no lodo), todas protegidas por lei«, disse Fernando Leão, acrescentando que, entre os mamíferos, se destaca a geneta e a lontra, esta «muito perseguida«.
Além do abate de espécies protegidas, a Quercus denuncia também a prática da caça durante os períodos de defeso.
«Mesmo antes da abertura oficial da época de caça, a 15 de Agosto, já há caçadores na ria«, afirmou Fernando Leão.
O ambientalista afirmou que existe fiscalização mas garantiu que «é ineficaz«.
Por exemplo, afirmou Fernando Leão, «na zona de Salreu, que é bastante grande, quando os fiscais entram por um lado já os caçadores estão a sair por outro, ou então escondem-se«.
A situação é mais grave nas ilhas que existem na região lagunar onde, segundo o presidente da Quercus/Aveiro, «não há qualquer tipo de fiscalização devido à falta de meios«.
A Quercus reclama um «maior esforço« por parte da GNR e da Brigada Fiscal para combater a caça ilegal na ria de Aveiro.
Por outro lado, os ambientalistas lamentam o atraso na criação do plano de gestão da ria de Aveiro, que está classificada como Zona de Protecção Especial (ZPE).
«Três anos após a saída do diploma que regulamenta a ZPE, ainda não há plano de gestão«, criticou Fernando Leão.
«Além de ordenar a caça na zona, este documento pode estabelecer, por exemplo, a criação de zonas de refúgio para as espécies cinegéticas recuperarem«, explicou.
A caça é uma prática permitida em toda a região lagunar, com excepção da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto.
Lusa
(26 Jul / 8:50) |
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