QUERCUS ALERTA PARA CAÇA ILEGAL NA RIA

Aveiro Quercus alerta para caça ilegal na Ria A associação ambientalista Quercus alertou para a prática ilegal de caça na Ria de Aveiro, nomeadamente o abate de espécies protegidas, e reclamou maior fiscalização. Em declarações à Agência Lusa, o presidente do núcleo de Aveiro da Quercus, Fernando Leão, disse que a caça ilegal na ria é um problema «bastante grave« que se repete todos os anos. Segundo os ambientalistas, apenas 11 por cento das espécies de aves e mamíferos existentes na ria é considerada cinegética, contudo, «a maior parte das espécies está sujeita ao abate ilegal«. «Os grupos mais afectadas são as garças, as cegonhas, as aves de rapina diurnas e nocturnas e algumas limícolas (que vivem no lodo), todas protegidas por lei«, disse Fernando Leão, acrescentando que, entre os mamíferos, se destaca a geneta e a lontra, esta «muito perseguida«. Além do abate de espécies protegidas, a Quercus denuncia também a prática da caça durante os períodos de defeso. «Mesmo antes da abertura oficial da época de caça, a 15 de Agosto, já há caçadores na ria«, afirmou Fernando Leão. O ambientalista afirmou que existe fiscalização mas garantiu que «é ineficaz«. Por exemplo, afirmou Fernando Leão, «na zona de Salreu, que é bastante grande, quando os fiscais entram por um lado já os caçadores estão a sair por outro, ou então escondem-se«. A situação é mais grave nas ilhas que existem na região lagunar onde, segundo o presidente da Quercus/Aveiro, «não há qualquer tipo de fiscalização devido à falta de meios«. A Quercus reclama um «maior esforço« por parte da GNR e da Brigada Fiscal para combater a caça ilegal na ria de Aveiro. Por outro lado, os ambientalistas lamentam o atraso na criação do plano de gestão da ria de Aveiro, que está classificada como Zona de Protecção Especial (ZPE). «Três anos após a saída do diploma que regulamenta a ZPE, ainda não há plano de gestão«, criticou Fernando Leão. «Além de ordenar a caça na zona, este documento pode estabelecer, por exemplo, a criação de zonas de refúgio para as espécies cinegéticas recuperarem«, explicou. A caça é uma prática permitida em toda a região lagunar, com excepção da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Lusa (26 Jul / 8:50)
Diário de Aveiro


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