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03-01-2014

País: Setor do calçado com dificuldades para conseguir mão-de-obra fabril qualificada.


Com um desempenho em contraciclo, os núcleos industrias ligados ao calçado no Norte do distrito de Aveiro enfrentam dificuldades em ...

Com um desempenho em contraciclo, os núcleos industrias ligados ao calçado no Norte do distrito de Aveiro enfrentam dificuldades em conseguir mão-de-obra fabril qualificada. Depois de vários anos de despedimentos, o incremento significativo das exportações obriga a procurar trabalhadores.

O centro de formação de São João da Madeira quase não parou na viragem de ano e vai arrancar nos próximos dias com novos cursos para mais oito dezenas de pessoas que esgotaram as vagas. As empresas têm pressa e procuram alternativas.

Há mais de dois meses que uma fábrica de calçado de Arouca procura mão-de-obra, oferecendo salário acima da media e outras regalias, como transporte. A empresa de recrutamento continua sem encontrar os candidatos pretendidos pelo cliente.

“Se conseguisse cinco a 10 gaspeadeiras para trabalhar em Arouca dava trabalho a todos”, revela Paula Almeida, técnica de recursos humanos. Garante que este caso é comum em outras localidades com indústria de calçado. A maioria das respostas que chegam são de pessoas sem experiência.

No passado recente, as empresas do sector estavam a despedir. A escassez mão de obra qualificada pode ter, em parte, explicação na economia informal.

“As pessoas mantêm os apoios e depois fazem outro salários com os recebimentos por debaixo da mesa”, revela a técnica.

No centro de formação profissional do calçado, em S. João da Madeira, arrancam, na próxima semana, novos cursos, nomeadamente de costureiras, montadores e gaspeadeiras, para satisfazer picos de encomendas. São mais 80 formandos, que esgotaram as vagas disponíveis. Tarefas especializadas, como refere o diretor, Eduardo Costa.

“Vamos assumir uma coisa que tem se ser assumida: é mais difícil fazer uma costureira que um montador de automóveis mas o montador ganha mais do que a costureira”.

Em 2013, a academia de formação do calçado colocou no mercado de trabalho mais de duas centenas de pessoas.


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