autárquico, realizada no passado dia 30 de Setembro, "velhas" questões voltaram a inflamar os ânimos entre as bancadas. De tal forma que o autarca Litério Marques se viu "obrigado" a reconhecer que "a época é fértil para a imaginação" sobre o mais variado tipo de questões.
Mas, foi a Saúde que dominou o período antes da ordem do dia. O tema foi lançado pelo deputado João Morais (CDU) que quis ouvir da boca do autarca Litério Marques a razão para a não assinatura do tão anunciado protocolo com a ministra da Saúde, após o encerramento do serviço de Urgências do Hospital de Anadia, assim como saber se é verdade que a Consulta Aberta é para fechar, no início de 2010.
Estas e outras questões levantadas pelo deputado comunista levaram Litério Marques a explicar, uma vez mais, que não assinara o protocolo com a ministra Ana Jorge por não estarem reunidas as condições por si pretendidas, adiantando que, entretanto, num recente encontro com Ana Oliveira, coordenadora do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga, aquela responsável deixou a indicação de que as Unidades de Saúde Familiares (USF) eram para concretizar, revelando ainda ao autarca de Anadia que os custos com a Consulta Aberta "eram incomportáveis", acrescentou Litério Marques.
Reconhecendo que a Consulta Aberta veio criar expectativas, o edil não deixou de lamentar que, relativamente às Extensões de Saúde, o atendimento aos doentes se tenha degradado. Por isso, adiantou que o concelho, na área da Saúde, foi penalizado pelo governo PS que, para além de ter acabado com a Urgência, acabou com o SAP, em Sangalhos. Litério Marques criticaria ainda o facto da população ir parar aos HUC de ambulância e depois, no regresso, se ver a braços sem qualquer meio de transporte: "As pessoas são abandonadas. Para virem para casa só em carro próprio ou de táxi. É esta a Saúde do PS", acrescentou.
Opinião contrária tem a bancada socialista, liderada por Cardoso Leal. O deputado avançou que o Hospital tem ganho várias consultas de especialidade, uma Unidade de Convalescença, inserida no âmbito do programa de Reforma dos Cuidados de Saúde Primários.
Para os Socialistas, a Consulta Aberta até tem funcionado bem, sendo do agrado da população, criticando o edil por "confundir consulta aberta com consultas programadas, no centro de Saúde". Cardoso Leal sublinharia ainda que nada vai encerrar no concelho, mas apenas substituído. É o caso da Consulta Aberta que dará lugar às USF. Para o deputado socialista, "uma notícia a meio ou mal dada serve apenas para lançar alarme na população", criticando Litério Marques por esse facto.
Defendendo ainda que a população tem ganho com a reestruturação feita na Saúde, Cardoso Leal recordou todos os presentes que foi o PS que criou o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e não o PSD.
Em defesa de Litério Marques, também o autarca Fernando Fernandes, de Arcos, lamentou que o Hospital que todos conheceram no passado já não exista, já que diz haver gente a morrer à espera de socorro, demonstrando assim que as alternativas são insuficientes para fazer face às necessidades da população. "Devemos ter outra postura. Tirar as siglas e pôr os interesses da população acima de tudo, porque continuam a morrer pessoas dentro das ambulâncias com o Hospital a 500 metros", acrescentou.
De igual forma, Luís Santos (PSD) recordou os presentes que foi a bancada do PSD a falar na possibilidade de encerramento do fecho das Urgências tendo os deputados socialistas, na altura, apelidado a bancada social democrata de alarmista.
