Um grupo de 30 comerciantes e hoteleiros do Luso manifestou, na última reunião de Câmara, quinta-feira, o seu desagrado pelo encerramento do balneário das Termas em plena época termal (de 1 de Julho a Outubro), mostrando igualmente algum descontentamento por afirmações recentes do presidente Carlos Cabral.
"O encerramento das termas no final de Junho [até Outubro] traz dificuldades, não apenas aos hoteleiros, mas também aos comerciantes e população em geral", começou por afirmar a porta-voz do Movimento de Comerciantes e Hoteleiros do Luso, lamentando não ter conseguido agendar uma reunião com o autarca, após "várias tentativas há mais de três meses".
Conceição Selas consideraria ainda que "o presidente não está do nosso lado nem está dentro do assunto", desaprovando as recentes afirmações de Carlos Cabral, que criticou o facto dos estabelecimentos comerciais [à excepção de restauração e bebidas] estarem encerrados num sábado em que decorria um evento de atletismo no Luso. "Essas palavras revelam insensibilidade e falta de conhecimento. Aquelas pessoas [atletas] trazem movimento mas não trazem resultados para o comércio", justificou Conceição Selas, que não seria contra "uma repreensão" aos comerciantes, mas nunca de forma pública".
Depois de dizer que achava "estranho" terem tentado marcar uma reunião e não terem conseguido, Carlos Cabral frisou que "a Câmara não tentou travar a situação nas Termas do Luso, pelo contrário, empenhou-se para que a mesma acontecesse, ainda que não exactamente nesta altura". "Há 30 anos que as Termas do Luso estavam assim. Se a SAL não tivesse encontrado aquele parceiro [Malo Clinic], não tenho dúvida de que nada seria feito." O período das obras de revitalização, há muito reivindicadas, "foram-me transmitidas pela SAL [Sociedade da Água de Luso] oito a dez dias antes de 1 de Julho, através de um telefonema", salientando que um dos representantes dos comerciantes, Nuno Alegre, "também já tinha sido avisado".
Em resposta, Nuno Alegre frisou que apenas lhe fora "comunicado" e que as obras nesta altura trazem "um custo social demasiadamente elevado para não ser equacionado".
Presente no grupo de comerciantes, João Seabra, ex-funcionário da SAL, frisou que "as pessoas têm dificuldade em compreender por que razão as obras têm de apanhar o Verão, causando tamanhos prejuízos".
O autarca Carlos Cabral garantiu que, na reunião que terá, "muito proximamente", com a administração da SAL, far-lhe-á chegar o desagrado dos comerciantes.Oriana Pataco
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