na Assembleia Municipal de Anadia, na passada sexta-feira. O assunto foi levantado pela munícipe Maria do Céu Castelo-Branco, candidata à Câmara Municipal pelo CDS/PP que, a braços com o desaparecimento do seu cão, se viu confrontada, na última semana, com o que diz ser "um realidade confrangedora" que atinge todo o concelho.
Quando procurava o seu animal de estimação, deparou-se com "um sem número de cães abandonados que deambulam, famintos e esqueléticos, sozinhos ou em matilha, pelos lugares mais variados da cidade e do concelho".
Uma situação em relação à qual diz ser necessário pôr cobro, "por uma questão de saúde pública", lamentando ainda que a Associação Solidariedade Animal de Anadia (ASADIA), constituída em Março de 2003, aguarde ainda por uma posição definitiva e clara da autarquia anadiense.
Por isso, afirmou que a Câmara de Anadia tem descurado a ASADIA como parceiro complementar na defesa dos direitos dos animais, já que a Associação, com projecto de construção concluído, aguarda há cinco anos que a autarquia chegue a acordo com o/a proprietária de um terreno contíguo ao estaleiro da Câmara (localização prevista para a instalação deste equipamento).
A munícipe não deixou de recordar que compete à Câmara Municipal proceder ao alojamento de canídeos e gatídeos e que, para tal, a autarquia deve possuir instalações destinadas a esse fim, o que não acontece.
Descontente com as críticas, o autarca Litério Marques apenas referiu que a ASADIA "quer é um canil feito pela Câmara". Sorte que não terá, devendo, por isso, ter o mesmo tratamento de qualquer outra associação do concelho. "Apresentem aos serviços competentes da Câmara um projecto da obra, um orçamento da mesma e receberão o apoio da Câmara, tal como as restantes associações do concelho recebem", disse o edil.
Segundo Maria do Céu Castelo-Branco, tendo em conta que a 4 de Outubro se comemora o Dia Mundial do Animal, "nada melhor do que encontrar uma resposta célere para que nesse dia os munícipes do concelho possam perceber que algo de concreto se está a desenvolver para amparar e acarinhar os animais mais desprotegidos".
Refira-se que, aquando da tomada de posse dos primeiros corpos sociais da ASADIA, no Salão Nobre dos Paços do Concelho (2004), a Câmara Municipal deixou a garantia de total colaboração, disponibilizando terrenos para a construção do canil, assim como técnicos da autarquia para a elaboração do projecto do canil.
Na altura, ficava a certeza de que o canil iria funcionar numa parceria (Câmara/Associação), tornando-se um lar (temporário) de muitos animais, mas que, paralelamente, iria servir também de hotel a muitos animais quando os seus donos se ausentam em férias ou fins- de-semana prolongados, evitando os abandonados.
