A Comunidade Intermunicipal de Aveiro (CIRA) desenvolveu estudos no sentido promover a colaboração inter-municipal no domínio do abastecimento de água e saneamento nos 10 concelhos (Anadia fica de fora) que a integram.
Esta ideia, já antiga, começou com os estudos para a privatização dos serviços de abastecimento de água e saneamento nos concelhos da CIRA. O aumento de escala pela junção de serviços municipais poderá ser uma solução para uma melhor gestão ao nível supra municipal. A dimensão permitiria o interesse de várias empresas à administração destes serviços. Contudo a crise e uma recente uma alteração legislativa permitiu a entrada do estado neste negócio através da empresa estatal águas de Portugal (AdP).
A colaboração inter-municipal deve ser um objectivo de todos os autarcas pois facultarão um melhor aproveitamento de sinergias nas várias áreas do serviço municipal associando projectos que tenham reconhecidas vantagens para os vários Concelhos envolvidos. O planeamento de equipamentos também deverá ser um imperativo dos autarcas da CIRA para se evitar que se façam equipamentos duplicados em municípios adjacentes prejudicando assim o seu funcionamento e rendimento.
Em relação a este projecto das águas ele é aparentemente bom pois permite juntar esforços e aceder a fundos europeus que de outra forma seriam mais difíceis de conseguir.
No entanto, a pressa é sempre má conselheira. Este projecto que demorou três anos a estudar, foi apresentado formalmente há poucos dias (sem documentos para estudo) a todos os autarcas, mas será aprovado em cerca de 15 dias, pelas Câmaras e Assembleias Municipais. Parece-me que estas discussões deveriam ser mais alargadas e generalizadas até porque, ao que pude ouvir nessa reunião, a água terá aumentos significativos. Depois, também é necessário esclarecer se o Estado vai privatizar a AdP como fez com a electricidade (EDP) porque, isso não se diz agora. Estes processos ganhariam muito com transparência nos procedimentos. Assim dá a sensação de gato escondido com rabo de fora.
António Granjeia*
director