não se realiza este ano. A falta de concorrentes - das habituais duas dezenas apenas estavam inscritos seis - e a fraca adesão dos patrocinadores levou a Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), organizadores do concurso, a decidir-se pela interrupção do mesmo. Esta indicação foi deixada em conferência de imprensa, realizada na última quinta-feira, pela direcção da CVB. João Casaleiro, presidente da CVB, defendeu estar na altura de "reflectir e tirar conclusões", para depois "repensar e relançar o concurso, em moldes diferentes", ou seja, com as questões ambiental e da vitivinicultura sustentável, como pano de fundo. De qualquer forma, este responsável reconhece que a crise que o país e a própria fileira atravessam poderá ter contribuído para esta situação, de alheamento e desinteresse dos participantes.
Assim, até Outubro, data em que será feita a apresentação do relançamento do concurso, a organização irá reestruturar um certame que ia já na 5.ª edição.
A este propósito, José Santos, da DRAPC, também defendeu a necessidade de pensar nos resultados alcançados e reformular um certame que terá sempre um objectivo bastante concreto: dinamizar a fileira e alertar os vitivinicultores para a necessidade de terem uma maior preocupação com as condições de produção de uvas de qualidade, utilizando tecnologia mais adequada para obter uma produção de grande qualidade.
Este responsável defenderia ainda a necessidade de envolver os vitivinicultores em acções de formação (desde a poda à colheita), envolver as empresas, por exemplo as que vendem produtos químicos ou sejam prestadoras de serviços, "dinamizar o concurso e envolvendo toda a gente", disse.
Este interregno, na opinião de César Almeida, presidente do júri das últimas edições, servirá para travar uma tendência que se começou a evidenciar nos últimos anos, "o desinteresse dos concorrentes".
"Como não queremos que o concurso acabe, vamos interromper e reflectir. Ver o que estava menos bem e colocar em marcha novas ideias", disse.
Mas, para isso, é preciso que os antigos concorrentes se sintam motivados a colaborar e também eles possam dar os seus contributos para melhorar o concurso. "É bom que todos colaborem, contribuam e digam o que pode ser melhorado", frisou, reconhecendo que, ao longo destes anos de concurso, é um facto que a parte didáctica resultou e que as práticas culturais foram substancialmente melhoradas.
"Há uns anos atrás, nesta altura do ano não se via ninguém nas vinhas. Agora é completamente diferente. Anda gente nas vinhas a trabalhar e a prova é que as vinhas, hoje, estão muito melhores, muito mais bem cuidadas", destacaria.
Assim, em Outubro advinha-se um concurso com uma nova roupagem, um figurino mais actual onde a formação e a demonstração poderão constituir critérios a desenvolver. Porquê? É necessário criar estímulos e valorizar profissionalmente os concorrentes através de acções de formação.
Para já, a única certeza é que as inscrições para a edição de 2010 serão antecipadas e começam em Outubro de 2009, podendo o concurso vir a sofrer igualmente alterações no nome.