A organização do Carnaval deste ano fez algumas alterações. A primeira prende-se com a realização de corso em domingo magro, o que não era hábito. Depois, resolveu montar o sambódromo na rua da estação, com o objectivo de maior angariação de fundos para o que fez as necessárias vedações. É verdade que, nos outros anos, com o desfile pelas ruas da vila, havia muita gente a não querer colaborar financeiramente. Havia sempre muita gente que queria espectáculo de borla, quando as despesas são sempre muitas. Ainda não há a certeza do acerto na medida da mudança. O que se sabe é que, no domingo, pouca gente acorreu a ver "o corso vareiro". Oxalá que não tenha sido mau prenúncio. De uma forma geral, as pessoas gostariam que os foliões, como de costume, desfilassem e brincassem pelas ruas da vila. Outra coisa está à vista. O Carnaval, na nossa opinião, profissionalizou-se, hoje já não é genuinamente da freguesia de Oiã, quando foi com este espírito que nasceu e cresceu. E esta talvez seja a pior alteração. Olhamos para o cartaz e logo pensamos que é, consideradas as devidas distâncias, o programa do corso de Ovar. Hoje, o carnaval já não é o de Oiã, nem tão pouco da Bairrada. É um Carnaval vareiro e ninguém põe em causa os seus méritos e valia. A presença de quatro grupos peca, na verdade, por excesso. Com tudo isto, seria bom que o sambódromo fosse pequeno no próximo domingo e terça-feira gorda, com muita gente a ver passar o corso, os artistas, Florbela e Joaquim Nicolau (recomendam-se!), os grupos Cromos das Agras e o Cruzeiro e, claro, os grupos de Ovar. APM |