. A confissão é do patriarca do acampamento de ciganos da Bunheira, em Vila Verde, Oliveira do Bairro, que está acusado pelo Ministério Público da prática de um crime de homicídio qualificado, sob a forma tentada. De acordo com o Ministério Público, Henrique Monteiro, de 41 anos, no dia 25 de Março do ano passado, envolveu-se, no seu acampamento, numa discussão de natureza familiar, com Luís Monteiro, devido ao relacionamento dos filhos, menores, de ambos.
Na última quinta-feira, ao contrário do referido na acusação, Henrique Monteiro confessou que foi o seu primo Luís Monteiro que, primeiramente, disparou dois tiros por cima dele e que só depois é que disparou.
"Como a minha filha se tinha zangado com o filho dele, o meu compadre apareceu aqui à sua procura", acrescentou Henrique Monteiro, sublinhando que "o Luís estava muito nervoso. Disparou e depois deu duas coronhadas no meu filho quando este surgiu no nosso meio para nos separar".
"Quando vi o meu filho caído no chão com espasmos, pensei que tivesse morrido e fui a casa buscar uma arma. É verdade que depois disparei dois tiros nas pernas. Nunca para matar e sempre em legítima defesa", testemunhou.
"Logo de seguida parti a caçadeira contra o cimento e atirei-a para um poço", finalizou.
Já a vítima contou outra versão, afirmando que "nunca teve em seu poder nenhuma arma e que por isso nunca podia ter disparado".
Luís Monteiro explicou que naquela tarde tinha ido à procura da sua nora. "Fui à procura daquilo que me pertencia. Se a minha nora falta, tenho que ir à procura dela".
Ao contrário da acusação, Luís Monteiro afirmou que esteve sempre consciente. Disse ainda já estar recuperado das lesões que sofreu e que "nada pretende do arguido", até porque "nós éramos muito amigos. Trabalhávamos os dois na sucata. Naquele dia, de manhã, até estivemos juntos a beber".