A freguesia de Amoreira da Gândara está a transformar-se num enorme "contentor de lixo, a céu aberto". É desta forma que alguns populares desabafam sobre a transformação de ex-areeiros, localizados na freguesia, em enormes depósitos de todo o tipo de lixo. Um dos espaços, localizado perto da Zona Industrial, junto à ponte sobre a A1, na estrada que liga a freguesia a Ancas (zona das Avogarias) já foi, por diversas vezes, referido na comunicação social tal a gravidade dos atentados ambientais ali cometidos. Todo o tipo de lixo. O ex-areeiro há muito que serve de depósito a todo o tipo de lixo (entulhos de obras, colchões, armários, ferro velho, pneus, canos, entre muitos outros). "Há quatro anos colocaram lá óleos queimados", acrescentam. Agora, os populares alertam para o que dizem ter sido a descarga, há cerca de uma semana, de centenas de metros de "filme" plástico, devidamente compactado e amarrado em fardos. "É uma vergonha e ninguém faz nada para pôr cobro a isto. Nem a Junta nem a Câmara", diz Manuel Ambrósio, deputado na Assembleia de Freguesia, lamentando ainda que (embora conhecedoras da situação), Junta e Câmara nunca tenham tomado uma posição firme. "A autarquia deveria identificar o proprietário do terreno e dar-lhe um ultimato para proceder à limpeza do mesmo. Caso o aviso não fosse suficiente deveriam actuar junto das entidades competentes, utilizando os meios legais", acrescentou. O espaço, outrora um areeiro de onde foram retirados milhares de metros de inertes, está localizado em terreno privado, pelo que defendem que deveria ser o proprietário co-responsabilizado pela poluição: "se o espaço tivesse sido tapado isto não acontecia, pelo menos com esta dimensão", acrescenta. Aníbal Ferreira, presidente da Assembleia de Freguesia não se conforma com tamanha imundície e denunciou, na última sexta-feira, esta situação à Quercus. A JB o autarca Joaquim Cosme confirma que o problema é recorrente, já que em ambos os locais estas situações têm sido detectadas inúmeras vezes. O autarca, que confessa não poder fazer mais do que alertar as autoridades, avança que ainda esta semana irá oficiar a proprietária do terreno para que tome medidas. Já em relação ao espaço, propriedade da Câmara, diz nada poder fazer. Catarina Cerca catarina@jb.pt |