Os moradores da Rua Póvoa do Teso , em Aguada de Cima, estão revoltados com as poeiras provenientes de um armazém, que é propriedade do presidente da Junta de Freguesia. A liderar os protestos está António Eugénio de Oliveira, para quem a situação "é deplorável". Nilza Amaral, que mora "junto" ao armazém, garante que "é impossível viver nestas condições. Quando há vento, levanta aquele pó preto, que entra por todo o lado para minha casa", conta indignada. Também Marília Fernades está contra "aquela cinza misturada com areia" estar ali "a céu aberto". "Para além do pó nas janelas, a gente põe a roupa a enxugar e ela fica toda suja", explica. "Aqui é uma zona onde habitam pessoas. Isto não é assim", refuta Laurentina Almeida. Uma outra moradora revoltada com a situação, Maria Albertina Silva, vai mesmo mais longe e diz que "aquilo devia ser tirado de lá". "Aquilo", explicou ao Jornal da Bairrada, José Oliveira, presidente da Junta de Freguesia, trata-se de um "composto de terras com ramas de árvores", que depois, "quando passa na caldeira, fica com aquele aspecto escuro". José Oliveira esclareceu ainda que as areias estão no armazém por tempo provisório. "Não são para estar ali muito tempo, é só até ser feita uma estrada que fica mesmo ao lado". O armazém é propriedade de José Oliveira, que cedeu o espaço, porque a Junta não tem estaleiros. É sua intenção alugar o espaço, por isso, garante que as areias vão "necessariamente sair dali". O que deixa indignado José Oliveira é que "até agora" nenhum morador foi falar com ele. Poluição a céu aberto. Outra das reclamações dos populares está relacionada com a quantidade de lixo que diariamente é deixada no pinhal que circunda as suas habitações. António Eugénio Oliveira considera que o presidente da Junta deveria ter um papel mais preponderante. "Deveria colocar sinais que proibissem este tipo de abuso e fiscalizar mais o espaço", sugere. Também para António Gonçalves "a Junta de Freguesia havia de arranjar um terreno, mais longe da população, para ver se as pessoas lá levavam esse tipo de lixos". Uma vez mais, José Oliveira considera que os populares não têm qualquer razão. Assume que o lixo ali existe, mas que a Junta vai lá algumas vezes limpar. "Ainda esta semana pedi a máquina niveladora à Câmara, que andou lá a limpar o caminho", esclarece. Salomé Castanheira scastanheira@jb.pt |