O objectivo inicial da Comissão Administrativa (CA) passava por dar uma nova imagem à equipa de futebol, sobretudo ao nível da organização e que no final os resultados fossem mais positivos do que na época passada, em que o clube ficou no 5º lugar. Apostou numa equipa jovem, um treinador jovem (Luís Pinho), que por motivos profissionais acabaria por deixar o Famalicão à 9ª jornada e com o clube no 4º lugar. A CA escolheu uma dupla de treinadores experiente (Paulo Esgueirão e Zé Maria) e tudo se transformou. "Luís Pinho planificou e iniciou a época, tudo aquilo que assumiu com a CA cumpriu, era um técnico ambicioso, saiu pelas razões que todos conhecem, mas a entrada de Esgueirão e Zé Maria deu um novo alento à equipa e trouxe uma dinâmica de jogo diferente", relatou Pedro Nice. Os resultados foram aparecendo e a subida teve contornos de real, quando não era uma prioridade. "Houve uma boa sintonia entre os treinadores, a sua experiência de muitos anos acabou por ser determinante na subida." O Famalicão ganhou o título de campeão frente aos Amigos Visconde, mas isso deveu-se, segundo Pedro Nice, "à onda de lesões que condicionou a equipa". Sobre o futuro, o clube vai marcar uma Assembleia-Geral para fazer o balanço da época e ver se há alternativas à CA: "Se não houver este grupo de directores continu ará. Queremos melhorar as infra-estruturas desportivas. Espera-nos um campeonato mais competitivo, mas acredito que temos condições para fazer uma prova tranquila." DÍvida antiga. Paulo Esgueirão, que no início da época tinha recusado propostas, aceitou o repto do clube com o intuito de "pagar uma dívida antiga com alguém ligado ao Famalicão e para ajudar o clube a alcançar objectivos". O treinador realçou a colaboração de Zé Maria e dos jogadores. "Aprendi muito em termos da gestão dos recursos humanos. Em clubes pequenos os condicionalismos são enormes, a quantidade não abundava, mas a qualidade estava presente". Paulo Esgueirão disse que a subida não foi fácil, "porque, nos moldes do campeonato, jogado a quatro voltas, as equipas tinham um maior conhecimento uma das outras. O Famalicão, devido à rivalidade com as outras equipas, teve mais dificuldades, pois todos nos queriam ganhar". Paulo Esgueirão coleccionou mais uma subida, mas faltou-lhe o título: "Faltou-nos uma ponta de sorte. Eles marcaram, foram mais eficazes, e não me desculpo dos jogadores que não deram o contributo à equipa por estarem lesionados." Sobre o futuro, o técnico diz que não vai continuar no Famalicão. Manuel Zappa zappa@jb.pt |