O ciclista da Liberty/Seguros foi o grande vencedor do 30º Grande Prémio Abimota, após final emocionante na chegada a Águeda. A prova, que contou com quatro etapas, foi disputada até ao último metro, entre Francisco Pacheco (Barbot/Siper), que venceu as duas primeiras etapas e andou de amarelo até à derradeira etapa, e Filipe Cardoso que, ao vencer a 3ª etapa, ficou a um segundo do espanhol, deixando tudo em aberto para a última etapa. Filipe Cardoso, ao ser terceiro na chegada a Águeda e mercê da bonificação de um segundo, acabou por ser primeiro em igualdade de tempo com Francisco Pacheco. Todavia, o ciclista da Liberty/Seguros ficou à frente na classificação por pontos, funcionando assim o primeiro dos vários critérios de desempate para alcançar a vitória na classificação geral individual. No final, Filipe Cardoso, diria que "por um segundo se ganha e por um segundo se perde. Esta vitória só foi possível graças ao trabalho da equipa, que foi fantástica. Dedico este triunfo ao Bruno Neves que era meu colega nos treinos". Filme das etapas. A 1ª etapa ligou Anadia à Praia da Torreira, tendo alinhado à partida 85 ciclistas em representação de 11 equipas. Desde muito cedo que o pelotão ficou fraccionado. À saída de Águeda em direcção à serra do Caramulo, cinco corredores, Hélder Oliveira e Carlos Pinho, ambos da (Barbot), Isidro Nozal (Liberty/Seguros), Jack Morajko (Madeinox/Boavista) e José Cuestaez (Fercase/Rota dos Móveis) fugiram à cabeça do pelotão, e rapidamente foram ganhando vantagem para um pelotão intermédio, composto por três dezenas de ciclistas. Os cinco ciclistas andaram cerca de 150Kms na frente da corrida. A primeira dificuldade da etapa aconteceu ao quilómetro 49.9, onde estava instalada a primeira contagem de montanha, na serra do Caramulo, ganha por José Cuestaez (Fercase/Rota dos Móveis), numa fase da corrida onde a vantagem do quinteto para o pelotão era de 2:38. Na passagem por Oliveira de Frades verificou-se a maior vantagem do grupo da frente (4:05), que foi diminuindo a partir daqui, muito pela acção desenvolvida na cabeça do grupo perseguidor pelas equipas do Benfica e Palmeiras R./Tavira, a que se juntou mais tarde CC Loulé. O quinteto deixou de contar com Carlos Pinho e José Cuestaez a cerca de 20Kms da meta e, à medida em que se aproximava o final da etapa, o trio de fugitivos seria absolvido pelo pelotão, o que aconteceu a 10Kms da chegada. O pelotão chegou compacto à Praia da Torreira com Francisco Pacheco (Barbot/Siper) a ganhar ao sprint. 2ª etapa - Murtosa - Montemor-o-Velho: Numa tirada bastante movimentada, Francisco Pacheco repetiu a vitória da Praia da Torreira, tendo na altura reforçado (7 segundos) a liderança para Filipe Cardoso (Liberty/Seguros). À saída da Murtosa, quatro ciclistas, Nelson Rocha (Madeinox/Boavista), Alexandre Oliveira (CC Loulé), Tomas Metcalfe (Palmeiras R./Tavira) e Casimiro Oliveira (ERA/Mortágua) saltaram do pelotão, tendo animado a corrida até à entrada da Figueira da Foz. Depois, muito por culpa da Liberty/Seguros e da Barbot/Siper, a equipa do camisola amarela, os quatro fugitivos foram alcançados, com o pelotão a ficar partido em dois grupos de 40 unidades. O grupo da frente chegou a ter uma vantagem de 2:18, e mais tarde de 7 minutos, e, com a aproximação da segunda contagem de montanha (3ª categoria), Filipe Cardoso (Liberty/Seguros), Jacek Morajko (Madeinox/Boavista) e José Cuestaez (Fercase/Rota dos Móveis), destacaram-se do grupo da frente, tendo ganho alguma vantagem, depressa anulada. No último quilómetro, Joaquim Sampaio (Madeinox/Boavista) ganhou uma vantagem de 7 segundos, mas nos últimos metros para a meta não conseguiu segurar a vantagem (foi apanhado a 200 metros da meta), numa etapa que seria decidida ao sprint, com Francisco Pacheco a ser mais forte do que Nuno Marta e Filipe Cardoso. 3ª etapa - Montemor-o-Velho - Coimbra: A exemplo do que aconteceu nas duas anteriores etapas, a vitória seria decidida ao sprint, com Filipe Cardoso a impor-se aos demais concorrentes. Desde muito cedo que seis ciclistas tentaram a sua sorte: António Jesus (Liberty/Seguros), Bruno Barbosa (Fercase/Rota dos Móveis), Luís Silva (Palmeiras R./Tavira), Edgar Anselmo (Cartaxo), Alexandre Oliveira e Pedro Hermida, ambos do (CC Loulé), que chegaram a ter uma vantagem de 1:21. Após a contagem (3ª categoria) do prémio montanha, no alto de Penacova, a fuga seria anulada, com a Liberty/Seguros a fazer as despesas da corrida, tendo na descida de Penacova a companhia do CC Loulé. A acção da equipa de Américo Silva foi bem ponderada e daria os seus frutos à chegada a Coimbra, com Filipe Cardoso a vencer a etapa, encurtando a distância em um segundo para Francisco Pacheco. 4ª etapa - Coimbra - Águeda: Na etapa de consagração, houve uma fuga protagonizada por cinco ciclistas, que durou cerca de 70 quilómetros, mas que seria anulada à passagem da Costa Nova. Daí para a frente ninguém arriscou. Na meta final, Edgar Pinto (Benfica), natural de Albergaria-a-Velha, deu um "esticão" enorme e ganhou a derradeira etapa. Organização. Com tudo a ser decidido palmo a palmo, segundo a segundo, metro a metro, foram motivos mais do que suficientes para deixar a organização com um sorriso de orelha a orelha. "O balanço é positivo e a chegada a Águeda confirmou isso mesmo com a vitória final a ser discutida até ao último segundo", palavras de Angelino Ferreira. O director de prova comentou que "o nível competitivo foi de grande qualidade. A organização preparou um traçado que à partida parecia fácil, mas que para nós era credível dos pergaminhos dos grandes prémios Abimota. A disputa final veio dar-nos razão, o que trouxe um maior brilhantismo ao GP Abimota, no ano em que comemorámos a sua 30ª edição". Manuel Zappa e Luis Ferreira zappa@jb.pt |