Hoje, todos estamos de acordo que não há desenvolvimento económico - social que não tenha uma economia baseada no conhecimento e na inovação. É por isso que o Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) está fundamentalmente vocacionado para a requalificação dos Recursos Humanos e para factores de competitividade.

Os Recursos Humanos, entendidos como a energia inteligente da sociedade, têm que estar permanentemente a enriquecer os seus conhecimentos de modo a estarem cada vez mais aptos para tarefas tecnologicamente mais exigentes. As novas tecnologias privilegiam os salários dos trabalhadores que se movem com facilidade nessas técnicas.

Quanto aos factores de competitividade, gostaria de me referir ao Conhecimento e Desenvolvimento Tecnológico, em que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro deveria apostar. É bom que não se esqueça o facto de que as empresas que não sejam sustentáveis do ponto de vista ambiental correm o risco de, nos próximos anos, desaparecerem. Para que isto não aconteça, bom seria que a Câmara Municipal pensasse na instalação de um Pólo Tecnológico de vocação ambiental no Concelho, dado que tanto quanto sei, não existe nenhum na Região. Esta ideia chegou a ser analisada pelo executivo anterior quando a Câmara Municipal era sócia da Associação Beira Atlântico.

Penso que a Universidade de Aveiro, através da sua Unidade de Transferência de Tecnologia (UATec.) criada em 2006, para valorizar e rentabilizar o conhecimento e a tecnologia existente na Universidade, pode desenvolver a ideia em cooperação positiva e interactiva com a Câmara Municipal e a ACIB.

Assim sendo, e tendo em atenção que o exercício da política é também o da inovação e da audácia e que as políticas de gestão têm de ir para além dos tempos políticos de cada um dos actores, acho que seria imperdoável não se tentar a possibilidade da instalação de um Pólo Tecnológico de vocação ambiental, através de uma candidatura ao Eixo 1 - Conhecimento e Desenvolvimento Tecnológico do Programa Operacional Factores de Competitividade (POFC).

Espero que este meu artigo de opinião seja entendido apenas e só como um desejo de abrir uma janela para uma oportunidade que se deve explorar, dado que o futuro faz-se cada vez mais com o conhecimento, sendo portanto necessário investir mais em pólos do conhecimento e menos em coisas de hoje, denominadamente em "chegadas e partidas festivas", cujos investimentos apenas servem para alimentar os caprichos de quem as promove. O dinheiro é cada vez mais caro e raro e, por isso, é necessário saber rentabilizá-lo, com visão futura.

Finalmente, não posso deixar de referir que, terminando o Quadro de Referência Estratégica em 2013, esta é a última oportunidade que temos para apresentar projectos de inovação estratégica, dado que o tempo não espera por nós.