Janelas, gradeamentos, portas, vidros, móveis, telhas, e até mesmo o contador da electricidade não resistiram ao forte rebentamento de uma botija de gás, que foi deixada dentro de um recipiente em chamas, na madrugada de quarta-feira, na varanda de uma moradia em Travassô.
As causas do acto, que está revestido de fortes indícios de crime, estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária de Aveiro (PJ), que deverá recolher as imagens que foram captadas pelas câmaras de vídeovigilância de um posto de abastecimento que existe nas imediações.
Fonte policial disse ao Jornal da Bairrada que "todos os indícios indicam que se tratou de uma tentativa para assustar ou matar as pessoas residentes na moradia".
Apesar da violência, o casal residente escapou ileso ao rebentamento, mas Júlia Santos diz que não ganhou para o susto e garante que "não perdeu a vida por fracções de segundo".
Júlia Santos conta ainda que foi alertada pela vizinha, por volta das seis da manhã, para a existência de um pote de plástico a arder com uma garrafa de gás no interior.
"Vim cá fora e olhei para as chamas. No início, pensei que se tratava de um fogareiro, mas rapidamente apercebi-me que estava diante de uma garrafa a arder. Fui chamar o meu marido e aquilo explodiu", explica Júlia Santos, que garante não existirem motivos, nem justificação para semelhante acto.
"Nunca recebemos qualquer ameaça, temos boas relações com a vizinhança e agora tenho que viver sobressaltada até que a PJ consiga descobrir quem nos tentou matar", justifica Júlia Santos, afirmando que o seu marido ainda não está crente do que aconteceu.
Já Fernando Almeida, que mora a 500 metros, afirma que a violência da explosão foi de tal ordem que até a sua casa tremeu. "O estrondo foi tão grande que sempre pensei que tivesse sido um tremor de terra", sublinhando que os vidros de uma das janelas da sua oficina, que fica afastada 250 metros, partiram.