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07-05-2008

As árvores devem ser substituídas por carvalhos


Avelãs de Caminho - Polémico abate de árvores centenárias

Será que não havia outra solução? Era esta a questão que algumas dezenas de populares colocavam, na tarde da última quarta-feira, enquanto assistiam, impotentes, ao abate de duas centenárias árvores (um freixo e um choupo híbrido) existentes no largo de Stº António, no centro da freguesia de Avelãs de Caminho.

O abate das árvores, um ex-libris da freguesia, não foi consensual e, a JB, Noémia Davim avança que a medida "radical" veio "descaracterizar a praça e o centro da freguesia". Também Maria Leonor Pereira, com as lágrimas nos olhos, só conseguiu dizer que tinha muita pena, pois eram um símbolo da freguesia. "Agora fica aqui um enorme vazio e uma grande tristeza."

A JB o autarca César Andrade não deixou de mostrar também a sua tristeza e algum nervosismo por ter sido "obrigado" a abater as árvores com mais de 200 anos. "Não gostamos de fazer isto. Também somos da terra, mas fomos obrigados a abatê-las por uma questão de segurança."

A inevitabilidade do abate prendeu-se com o facto das árvores se encontrarem em avançado estado de degradação: "estavam a morrer e como se vê uma delas estava completamente oca, presa apenas por uma raiz", constatou o autarca.

A decisão do abate, aprovada em Assembleia de Freguesia, foi reforçada com o parecer da Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF). Em Dezembro último, em carta enviada à autarquia, aquele organismo avançava que, feita a vistoria, se constata que as árvores se apresentam "bastante decrépitas, com acentuados sintomas e sinais de caducidade, com cavernas e orifícios internos com podridões", assim como "com desintegração e ruptura dos tecidos vasculares", sugerindo o abate das mesmas "por forma a prevenir eventuais danos".

Segundo a DGRF, as árvores devem ser substituídas por carvalhos, tílias, sobreiros ou magnólias.

Paulo Silva, outro residente na freguesia, lamentou a decisão da autarquia, avançando que outra solução poderia ter sido encontrada e que passava tão simplesmente pelo corte selectivo de apenas alguns ramos. Por outro lado, avança, "isto só poderia acontecer se estivesse enquadrado num plano urbanístico de requalificação do espaço. O que não acontece".

A autarquia espera, dentro em breve, replantar no local novas árvores.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt


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