Os cientistas João Rocha, Luís Carlos e Duarte Ananias (do Departamentos de Química e Física da Universidade do Aveiro e do laboratório associado CICECO), em colaboração com investigadores do Instituto de Tecnologia Química da Universidade Politécnica de Valência, descobriram uma nova família de materiais nanoporosos, que os levou ao desenvolvimento de um sensor de álcool. Estes materiais, baseados em metais lantanídeos e numa molécula orgânica, emitem luz visível (luminescência) quando excitados por luz ultravioleta, pelo que podem ter várias utilizações: «Esta propriedade confere-lhes um grande potencial para detectar a presença e medir a quantidade de moléculas importantes, nomeadamente o álcool etílico. Ou seja, os materiais poderão encontrar aplicações em sensores», explica o Prof. João Rocha. Para além disso, os materiais desenvolvidos (híbridos orgânico-inorgânico) também apresentam propriedades magnéticas. «Há poucos materiais que reúnam em si várias características, tais como a capacidade de absorver moléculas, emitir luz e serem magnéticos. Os nossos materiais são, por assim dizer polivalentes, permitindo, por esta razão, novas aplicações», descreve o investigador português. Um exemplo dessas possibilidades é a alteração das propriedades de emissão de luz através da aplicação de um campo magnético, o que está em estudo.
A colaboração entre os cientistas da UA e da Universidade Politécnica de Valência dá-se no contexto da rede de excelência europeia FAME (Functionalised Advanced Materials and Engineering of Hybrids and Ceramics), sendo o primeiro trabalho em conjunto dos dois grupos. |