Facto 1: Chaves: bloco de partos encerrado.
Facto 2: Chaves vai ter um hospital privado em 2009 com maternidade e serviço de urgências 24 horas. O anúncio surge menos de um mês após Correia de Campos ter determinado fecho da unidade de saúde local.
Consequências: Bombeiro faz o terceiro parto na estrada; Bebé nasceu na auto-estrada.
Os factos e as suas consequências infelizes não foram na região bairradina. Escolhi-os propositadamente fora da Bairrada, mas em Portugal, pois não gosto de ter debates estúpidos em que, o que se esgrime, não é sobre se foram azares ou coincidências, descuidos ou incompetências, mas sobretudo, qual o nível de aproveitamento político de cada situação embaraçosa.
Mas voltando ao início. Parece encontrada uma das razões para dos fechos de maternidades, o encerramento dos centros de saúde e o abate de muitas urgências por esse País fora: lançar o negócio para o sector privado! Pelo menos da coincidência e do falatório não se livram. Mesmo que António Arnaut e Manuel Alegre subscrevam uma petição em defesa do SNS isso não significa que o ministro seja ultraliberal nem que o sistema funcione tão bem que não deva ser reformulado. Uma coisa não implica a outra e até é absolutamente necessário transformá-lo. O SNS tem défices crónicos e ineficiências obtusas que precisam ser resolvidas, coisa que não se faz por um passe de mágica e sem sacrifícios. Mas essas penitências não devem ser feitas pelas populações mais desfavorecidas, fazendo contas à demografia e aos casos clínicos, beneficiando apenas os grandes centros.