Na minha infância alguma vez pensei que os meios de comunicação social fossem uns mauzões, e que deviam ir para a cama descalços, porque eles influenciam os coitadinhos dos humanos e os moldam a seu bel-prazer?! Claro que não!!! É verdade que actualmente, o número de pessoas que se deixa influenciar, manipular, conduzir e até guiar através da informação que lhes é chegada, pelos massa média, está em permanente ascensão. Contudo, é imprescindível salientar o único factor que contribui para tal: a carência incessante de satisfazermos sempre mais e mais a nossa vontade de possuir conhecimento, seja ele qual for. Um qualquer acontecimento atinge a notoriedade de notícia por se apresentar como único e por ser “singular, concreto, observável”, refere Adriano Rodrigues[1] . Daí que quanto maior a sua imprevisibilidade de ocorrência, maior o seu ensejo de ser incluído no discurso jornalístico. É de realçar que uma dada ocorrência, para ser tida como acontecimento jornalístico, tem que ser actual, imediata e necessita de se alastrar rapidamente, pois só assim é digna de ser memorizada (Rodrigues1). Por vezes, o facto de ser em “demasia”, de romper com o decorrer natural da vida quotidiana ou por parecer impossível de se ter realizado é que faz com que um acontecimento pertença ao discurso dos jornalistas, daí que nem todos os acontecimentos mereçam ser noticiados. (...) Não podemos obviar que os jornalistas que conceberam a noticia, criaram-na como se de um filho se tratasse. Têm um longo processo pela frente, pois questões como “A que alocutários se destina a notícia?”, “Como a recebem?”, “Qual a influência que esta vai ter sobre eles?” ganham contornos indetermináveis que fazem com que o público seja minuciosamente estudado, com vista a que os meios de comunicação ganhem no poder de informar, a capacidade de serem tidos como fontes fidedignas, e única, de informação (José Rebelo[2] ). Tudo isto vem mostrar que o acto de produzir notícias é intencional, tem sempre um motivo e um fundamento. Contudo, hoje em dia, são cada vez mais os acontecimentos que viram notícia de um dia para o outro, e que quando são exprimidos, o seu conteúdo é nulo e sem importância, são meras bisbilhotices da vida íntima das gentes do cor-de-rosa. Mas a verdade, é que é essa informação que a grande maioria da população quer! A realidade é que as notícias e programas que dão na TVI, na SIC, na RTP, bem como as que estão no Google, na Wikipédia, no 24Horas, na TvMais?são todos tidos como verdades inquestionáveis por parte da população, e depois os jornalistas e apresentadores é que são os culpados por, por vezes nem tudo ser verdadeiro e as coitadinhas das pessoas terem acreditado e terem sido influenciadas. ‘Tadinhas? Será que esta gente não compreende que muitas vezes é essa a função do jornalista? Atrair todo o auditório pelo simples facto da audiência trazer lucro! Até Jean- François Tétu2 refere que «a informação deve dar a impressão que “reproduz” a realidade» pois pode vir a parecer que não é verdadeira ou então que não é informação. (...) Mas não devemos desprezar que é o público que quer tudo isto, ninguém sofre uma tentativa de persuasão com uma arma para ler revistas cor-de-rosa ou ver os programas televisivos. Só vê e só lê quem quer! Não será esta a hora indicada para mudar? De deixar de pôr as culpas nos outros porque fica bem? Porque é que não somos nós capazes de filtrar a verdade da mentira o certo do errado? Porque estamos sempre à espera que sejam os outros a fazer isso por nós? Não somos nós que temos que exigir notícias verdadeiras e realmente importantes, temos é exigir jornalismo sério, sem tentativas de persuasão, indirectas, e que não sejam as guerras de audiências que comandem a mentalidade humana. É necessário apagar esta ideia que se tem, de que os meios de comunicação social controlam tudo e todos propositadamente, e que nós Homens somos usados, manipulados intencionalmente e sem o consentirmos. Temos que partir em busca da nossa liberdade individual! Já agora, se este texto estivesse apresentado de outra forma estaria você leitor curioso para o ler e saber do que fala? Não se esqueça da manipulação?
[1] Rodrigues, A.D. (1999). O acontecimento. In N. Traquina (Ed.), Jornalismo, Questões, Teorias e “Estórias”. Lisboa: Veja. [2] Rebelo, José. O Discurso do Jornal - o como e o porquê. Editorial Notícias ___________ [Ex.oSenhor Director do “jornal da Bairrada” Chamo-me Tiago Carvalho, e no ano transacto ingressei no ensino superior, mais propriamente na Escola Superior de Educação de Coimbra em Comunicação Social. Numa das disciplinas do referido curso, Teorias da Comunicação, após diversos trabalhos realizados, foi-me proposto a construção de um texto opinativo, ou uma notícia. Como a minha base de estudos foi o “Acontecimento Jornalístico” optei por criar um texto de opinião pessoal onde tentei abordar a temática referida anteriormente, relacionando-a com o efeito manipulador das notícias na sociedade. Deste modo, venho por este meio solicitar a vossa excelência, a publicação deste meu artigo jornalístico na rubrica do leitor do vosso conceituado jornal. Atenciosamente e com os melhores cumprimentos Tiago Carvalho Ps: Junto em anexo o referido texto, já modificado, e a imagem que contém o título, se for possível aplica-la seria óptimo, porém, caso não for possível compreenderei. Penso que é importante destacar que a referida imagem está voltada ao contrário pois tem em vista mostrar o efeito "manipulador" dos meios de comunicação social e a influência que estes têm sobre a socedade] Se for possivel, agradia que me confirmasse ou não a publicação deste artigo opinativo para o meu e-mail tiaguecc_@hotmail.com tiago carvalho |