Futebol contra a discriminação, desenhos, música e insufláveis numa feira da inclusão são algumas das actividades que a o programa "Escolhas de Portas Abertas" mostrou à comunidade durante a semana passada, tornando visível o que o programa nacional Escolhas, designado em Anadia por CADI (Centro de Atendimento e Desenvolvimento Integrado) faz diariamente com as crianças e jovens provenientes de meios vulneráveis.
Ao longo de três anos, o CADI, que tem como promotor a Misericórdia de Anadia, apoiou já 216 crianças e jovens dos seis aos 18 anos, 107 famílias e 94 elementos da comunidade, sendo que cerca de 30% destes são imigrantes de Leste, maioritariamente da Ucrânia, do Uzbequistão e da Bulgária. E são estes que mais solicitam as técnicas do projecto. "Trabalhamos bastante com esta população porque os pais pedem-nos aulas de português e, recentemente, pediram-nos aulas de tradição e cultura portuguesas, o que não é muito comum. São realmente pessoas interessadas e que procuram integrar-se", sublinhas Paula Figueiredo e Sónia Valente.
Na sede do CADI, bem no centro da cidade, os jovens têm apoio pedagógico, actividades como a promoção da leitura, grupos de discussão, mediação familiar e formação em novas tecnologias da informação. A abrangência do projecto é a nível concelhio, com o transporte assegurado para as crianças, mas de fora tem ficado as crianças e jovens do agrupamento de escolas de Vilarinho do Bairro, o que as técnicas lamentam. "É mau, porque é uma penalização para os miúdos que não estão a aproveitar um recurso que é do concelho e que também é deles", sublinham as responsáveis.