O Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, anunciou hoje que a Sé Catedral vai entrar em obras e manifestou o interesse no acompanhamento técnico dos trabalhos por parte do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). "Vamos entrar em obras de recuperação e valorização da Sé e temos todo o interesse no acompanhamento técnico e científico do IPPAR", disse D. António Francisco dos Santos, durante a cerimónia que marcou a reabertura da Igreja das Carmelitas, após o restauro a que foi sujeita. De acordo com o padre Manuel João, pároco da freguesia da Glória, onde se situam a Sé e a Igreja das Carmelitas, a primeira fase das obras na Catedral, com um custo estimado de 400 mil euros, deverá ter início no Verão e ficar concluída até ao Natal, consistindo na recuperação de telhados e paredes. "Temos pontos no templo onde a chuva entra e a primeira fase vai consistir na reposição de telhados e recuperação de paredes interiores e exteriores", explicou o pároco. Uma segunda fase da intervenção, para a qual deverá ser preparado um processo de financiamento, incidirá sobre o restauro da talha dourada das capelas laterais e sobre o altar-mor, bem como sobre as pinturas de alguns tectos. No âmbito das obras de recuperação da Sé está ainda em estudo uma alteração arquitectónica para corrigir "alguns pormenores em deficiência" e "trabalhar detalhes do arranjo exterior". Em relação à Igreja das Carmelitas, reaberta a partir de hoje ao abrigo de um acordo celebrado entre a Paróquia e o Museu de Aveiro, o padre Manuel João disse que se manterá aberta ao culto, com celebrações episódicas. O Museu de Aveiro, que se encontra em obras de remodelação, vai manter alguns dos seus serviços num edifício anexo às Carmelitas durante um ano, nomeadamente a direcção e serviços técnicos e integrar a Igreja no seu circuito de visitas, assegurando a sua abertura regular ao público. "Faz todo o sentido a visita integrada e explicada às igrejas de Jesus (Museu de Aveiro) e das Carmelitas, porque correspondem ao mesmo período histórico e às mesmas correntes artísticas", disse à Lusa a directora do Museu, Ana Margarida Ferreira. A Igreja hoje oficialmente reaberta fez parte do Convento de São Evangelista, da Ordem das Carmelitas Descalças, que se instalou em Aveiro em 1658, aproveitando o antigo palácio dos Duques de Aveiro. Com a extinção das Ordens Religiosas, o convento veio a ser parcialmente destruído para ser rasgada a Praça Marquês de Pombal e a parte restante, que, com excepção da Igreja, passou para a propriedade municipal, alojou durante vários anos a PSP e vai receber agora o novo Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. |