O Dia Internacional da Mulher assinala-se hoje em Portugal com diversas iniciativas de norte a sul do país, numa altura em que surgem alertas sobre a multiplicação de casos de violação dos seus direitos. Segundo a Associação de Apoio à Vítima (APAV), em 2006 registaram-se em Portugal 22 casos de homicídio ou tentativa de homicídio contra mulheres e mais de 13 mil crimes de violência doméstica. Cerca de 30 por cento das vítimas de homicídio ou tentativa de homicídi o residiam no concelho de Cascais, mas também Sintra, Porto e Vila Nova de Gaia registaram valores na ordem dos nove por cento. Por outro lado, uma em cada cinco mulheres em todo o mundo sofre uma vi olação ou uma tentativa de violação pelo menos uma vez na vida, tanto às mãos de conhecidos e familiares como de membros de forças de segurança. Num relatório da organização de defesa dos direitos humanos Amnistia In ternacional (AI), é condenada, em particular a violência cometida por membros das forças de segurança, uma situação "duplamente preocupante" dada a impunidade, a falta de justiça e o pouco apoio às vítimas. A outro nível, verifica-se que pelo menos 38 por cento das empresas no mundo inteiro com 150 a 500 assalariados não têm qualquer mulher em cargos da mais alta responsabilidade, indica um estudo realizado pelo gabinete de auditoria internacional Grand Thornton. O estudo da Grand Thornton foi feito junto de 7.200 pequenas e médias e mpresas privadas em 32 países (entre 100 e 600 empresas por país). Na Europa, mais de metade das empresas que participaram no estudo (52 p or cento) têm pelo menos uma mulher na equipa da direcção, contra os 68 por cento nos países do NAFTA (Associação de Comércio Livre da América do Norte). Porém, três em cada quatro novos empregos na União Europeia (UE) são at ribuídos a mulheres, revelou quarta-feira a Comissão Europeia num relatório sobre igualdade de género. O relatório mostra, no entanto, que as mulheres continuam a ter salários inferiores aos dos homens. Para reflectir sobre estes e outros temas, o dia de hoje vai ficar marcado em Lisboa por diversos jantares, tertúlias e um concerto, organizados por or ganizações de apoio à mulher. Os sindicatos portugueses vão assinalar o dia, com uma marcha na Rua Augusta, em Lisboa (organizada pela União dos Sindicatos de Lisboa), e uma visita da UGT à empresa CTT Expresso. Monção, Coimbra, Boliqueime (com a presença da mulher do Presidente da República), Caldas da Rainha, Odivelas, Aveiro e Góis são outras das localidades por onde passarão as iniciativas em defesa dos direitos das mulheres. |