A "Sagrada Família", conjunto escultórico em barro do séc. XVIII atribuído à Escola de Machado de Castro, do Museu de Aveiro, viajou para Espanha, onde integra a exposição "Salzillo, testigo de un siglo", patente em Múrcia. Segundo disse hoje à Agência Lusa a directora do Museu de Aveiro, Ana Margarida Ferreira, "trata-se de uma exposição de envergadura com peças de vários países e a escolha da peça de Aveiro é sinal do reconhecimento do seu valor, que é significativo da policromia do século XVIII". "É uma distinção para o Museu de Aveiro participar na exposição, que foi inaugurada pelo Rei de Espanha", considerou Ana Margarida Ferreira. O conjunto escultórico ficará emprestado até 31 de Julho à exposição "Salzillo, testigo de un siglo", dedicada à época do escultor Francisco Salzillo (1707 a 1783). A Sagrada Família do Museu de Aveiro integra a temática "Beleza do Corpo, Deleite da Alma", que analisa a vida do escultor, o seu trabalho e as suas relações com a arte do Séc. XVIII, a "Nova Era de Ouro de Espanha". Feito em barro policromado, estofado e dourado, o conjunto escultórico atribuído a Machado de Castro está datado do período de 1770 a 1780 e é constituído por três figuras de vulto - Nossa Senhora, S. José e o Menino Jesus. Segundo o historiógrafo Rangel de Quadros, a peça, proveniente do Convento de S. João Evangelista, das Carmelitas, de Aveiro, representa um dos passos da infância de Jesus, em maquineta de madeira policromada. A peça foi incorporada no espólio do Museu de Aveiro desde a sua criação (1911), por força do decreto de 1910 que determinou a transferência dos bens da Igreja para o Estado. |