A 23 de Fevereiro de 1987, morria o músico e cantor José Afonso, 57 anos, autor de "Grândola, Vila Morena", senha da revolução de 25 de Abril de 1974, na base da queda da ditadura. José Afonso nasceu em Aveiro, a 02 de Agosto de 1929. Filho de um magistrado, cresceu entre Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra. Aqui frequentou o Liceu D. João III e a Faculdade de Letras, e aqui iniciou-se também na balada, com o mestre da guitarra Flávio Rodrigues. Em 1953, gravou os primeiros discos: "Fado das Águias" e "Outras Canções". Em 1960, editou "Balada de Outono". Era então professor do ensino secundário, tendo leccionado em colégios particulares, por todo o país. O ensino levou-o de volta a África, em 1964, experiência fundamental para a sua formação política. Em Moçambique compôs para a peça "A Excepção e a Regra", de Bertold Brecht. De regresso a Portugal, em 1967, editou o primeiro LP, "Baladas e Canções", ao qual se seguiram "Cantares do Andarilho", "Contos Velhos Rumos Novos" e "Traz outro Amigo Também". Em 1971, a colaboração com José Mário Branco deu origem a "Cantigas do Maio", álbum onde se encontra a canção "Grândola Vila Morena", e que tem integrado as listas dos melhores discos de sempre da música portuguesa, à semelhança de "Venham mais Cinco", de 1973. Depois do 25 de Abril, surgem "Coro dos Tribunais" e "Com As Minhas Tamanquinhas". "Enquanto Há Força", de 1977, "Fura Fura", de 1979, e "Baladas de Coimbra e Outras Canções", de 1981, são os álbuns seguintes. Em 1983, foi-lhe diagnosticada a esclerose múltipla, de que viria a falecer. Nesse ano, José Afonso realizou os últimos espectáculos ao vivo, nos Coliseus de Lisboa e Porto, sendo então editados "José Afonso Ao Vivo no Coliseu" e "Como Se Fora Seu Filho". Em 1984, Pete Seeger, Chico Buarque, Sílvio Rodriguez, Isabel Parra e Amparo Ochoa, entre outros, homenagearam-no no Concerto pela Paz, em Manágua. Em 1985, foi publicado o derradeiro disco, o LP "Galinhas do Mato", no qual já só participou apenas em duas canções, ao lado de Janita Salomé, Helena Vieira, Né Ladeiras e José Mário Branco. José Afonso morreu em Setúbal, na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987. Nesta data, em 1685, nascia o compositor alemão Georg Friedrich Handel. Em 1869, os escravos eram declarados libertos, em todo o território português. A abolição da escravatura tornou-se efectiva em 1876. Em 1945, na II Guerra Mundial, as forças dos EUA conquistavam a ilha de Iwojima, no Pacífico. Em 1961, o Conselho de Segurança da ONU emitia a primeira resolução condenatória da política colonialista do ditador português Oliveira Salazar. A resolução surgia na sequência da repressão violenta dos trabalhadores angolanos pelas forças portuguesas, que causara cerca de 10 mil mortos, nos arredores de Luanda, entre finais de Janeiro e inícios de Fevereiro. A brutalidade da intervenção intensificou então a luta armada pela independência de Angola com o ataque à Casa de Reclusão Militar, ao quartel da PSP e à delegação da Emissora Nacional em Luanda, pelo MPLA, a 04 de Fevereiro. Pela mesma altura, a UPA lançava o ataque a fazendeiros brancos, no norte do território. Em 1970, reunia-se, pela primeira vez, em Estrasburgo, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Em 1981, ocorria uma tentativa de golpe de estado, em Espanha, durante a eleição do primeiro-ministro, no Parlamento, quando 150 guardas civis, comandados pelo tenente-coronel Tejero Molina, assaltaram o plenário, em Madrid. Em 1989, morria a escritora portuguesa Luísa Neto Jorge, 50 anos. Em 1992, António Guterres era eleito secretário-geral do Partido Socialista. Em 2002, era jubilado o professor catedrático Nuno Grande, 70 anos, pioneiro nos ensaios do transplante pulmonar. No mesmo dia, verificava-se o rapto da deputada e candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betencourt, pelas FARC, continuando desde então sob sequestro. Em 2005, era publicado o Novo Código da Estrada, que entraria em vigor a 26 de Março. Em 2006, a Assembleia da República aprovava o voto de apelo ao fecho da prisão norte-americana de Guantanamo, Cuba. E cinco dos 11 arguidos do Caso do Parque eram condenados a penas de prisão efectiva, por abuso sexual de crianças. |