A proposta de demolição da antiga Casa da câmara e cadeia de Oliveira do Bairro foi aprovada pelo executivo, presidido por Mário João Oliveira, na última reunião do ano, dia 28 de Dezembro, com 6 votos a favor e 1 contra (A votação foi secreta). “O último passo” A proposta, que foi aprovada em minuta, a fim de ser remetida cópia ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu, tal como a acta da reunião anterior, no âmbito do processo administrativo nº. 11/2006, releva dois factos: o nenhum valor patrimonial do edifício e o “estorvo” que constitui para o “primordial desenvolvimento sustentado” que o executivo quer implementar no coração da cidade, com a construção da alameda, requalificando assim essa “espinha dorsal”, de “interesse público relevante” para o concelho. Este, para Mário João Oliveira, é o “último passo” de um longo processo. O Ministério Público (Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu) solicitou estes documentos para oficiosamente promover ou não a impugnação judicial dessa demolição. Lamentações e regozijos “Lamento que o futuro do edifício seja a demolição”, pois “é uma parte da história do nosso concelho que desaparece, pese embora fique algo da nossa história”, no monumento/painel, quando “seria o marco e a marca do municipalismo no nosso concelho” - desabafou a centrista Leontina Novo que, perante a determinação do executivo, havia ainda de concluir, vencida: “não há nada a fazer”. Posições bem diferentes assumiram os seus colegas de partido. Manuel Campos Silvestre, perante o desfecho e o passo dado para a demolição, disse jocosamente: “começa agora a oração fúnebre”, o que deu, depois, motivo a outras orações nada fúnebres, mas de puro regozijo e vitória. Perorou ainda sobre o desprezo que os senhores Duques de Lafões nutriam por Oliveira do Bairro ao construírem um edifício tão pequeno e pobre, bem maior era o celeiro, para concluir: “votarei a favor da demolição como sempre disse”. Laura Pires afirmou entre outras coisas: “Fez-se um caminho” até chegar a esta proposta, um caminho que teve de tudo, muitas opiniões, a favor e contra, um parecer científico, muitas reuniões e tomadas de posições até que se chegou “ a este passo que estamos a dar agora”, o fim do processo de desclassificação do edifício. “Não houve precipitação, a informação foi bastante alastrada”, disse a vereadora da cultura, pelo que “estou de consciência tranquila”. De “consciência tranquila se mostrou também Mário João Oliveira, que frisou mais do que uma vez que este investimento fez parte do programe eleitoral do PSD, compromisso ouvido por melhares de pessoas e que “o PDM não tem lá esse edifício”... De consciência transquila porque “todos os passos foram dados”.e percorridos todos trâmites, sem pressa e dentro da legalidade, Memória Em sua substituição, irá construir-se um pequeno monumento/, consubstanciado possivelmente em painel alusivo e para que tudo fique registado, disse Mário João Oliveira. “Nós, ao longo deste período, fomos tirando fotografias para ficar registado”, pois que “pretende o actual executivo relevar a memória do que funcionou naquele espaço. O vice, Joaquim Santos acrescentou ainda que alguns dos materiais do edifício irão ser retirados para que figurem nessa memória, devidamente enquadrada em espaço contíguo e devidamente urbanizado, aquando da construção da alameda. Mas nunca os padiais e umbrais da porta de entrada que nem de pedra são, mas de reboco, salientou.
Armor Pires Mota |