A cultura deveria fazer a diferença no desenvolvimento económico e social da nossa freguesia. Para isso, há necessidade de se definirem mecanismos de incentivos às Associações da Freguesia e porque não também à sociedade civil que, muitas vezes por iniciativa própria, se apresentam com projectos arrojados e muitos válidos. Hoje em dia, não se pode desperdiçar ou deixar de aproveitar projectos que permitem cativar visitantes e não podemos também deixar de promover e divulgar a riqueza económica e cultural existente na nossa freguesia. Não só a quem nos visita mas projectá-la para o exterior. Todos nós sabemos que o mês de Junho, mais propriamente o dia 30 é um dia muito importante e especial para a freguesia. É o dia de aniversário da elevação de Oiã a vila. Porque não aproveitarmos este dia elaborando um programa que poderia ser mais abrangente e darmos a conhecer a toda a população as nossas riquezas culturais como o folclore com os seus trajes regionais, a música tradicional, os corais, o teatro, as marchas populares, o artesanato, o escutismo, o desporto, os jogos tradicionais, as actividades das escolas, os parques de lazer, o museu de arte sacra e a nossa tão rica igreja de Oiã com os seus retábulos de talhas dourada e cadeiral recebidos do convento de Sta. Ana de Coimbra? Poderemos todos apreciar também o conjunto de pinturas seiscentistas que distinguem e enriquecem a nossa Igreja, retábulos excelentes de notável unidade de factura e de estilo, possivelmente pintada por uma mesma habilíssima mão como se pode ver pelo repetitivismo das expressões. No mesmo programa e em pareceria com a actividade económica, poderia ainda incluir uma visita às empresas na zona industrial, dar a conhecer as nossas IPSS’s, cultivando assim a relação entres elas, bem como entre os seus utentes com troca de experiências e vivências, o que nos viria a enriquecer a todos. O objectivo deste programa e encontro inserido nas comemorações da elevação de Oiã a vila seria também um ponto de encontro onde seriam colhidos novos contributos para novas acções e definição de novas medidas a tomar em relação ao futuro da nossa freguesia. Serviria também para estreitar relações entre as populações que hoje se vêem privadas de algum do seu tempo livre para conviver e sociabilizar. E a geminação da freguesia de Oiã com a nossa congénere Oya (Espanha) com quem foi assinado uma carta de geminação há já vários anos e pouco ou nada se tem feito para estreitar laços de amizade entre os dois povos e troca de culturas entre ambas, estando estas duas vilas apenas e só a mais ou menos duas horas de distância? Se o sonho comanda a vida e a vida é uma luta constante para a criação de riqueza cultural, económica e social, contribuindo assim para o bem-estar de todos os cidadãos, que todos possamos dar as mãos e colaborarmos para criar uma sociedade mais junta, mais próspera, mais fraterna no cantinho deste Portugal que escolhemos para viver e que no caso concreto é a freguesia de Oiã. Na certeza da participação das entidades privadas e públicas da freguesia com a colaboração das actividades económicas, com um grande esforço de mobilização da população sendo a junta de freguesia de Oiã a coordenar as questões logísticas envolvendo e participando todas as associações e o efectivo e total empenho dos eleitos dos restantes órgãos autárquicos da freguesia e do concelho não deixaremos cair este dia de aniversário de elevação de Oiã a vila tomando esta efeméride numa jornada evidenciadora da unidade e força das gentes da freguesia de Oiã. Escrevi este artigo porque não vi no plano de actividades de J. Freg. de Oiã nem em 2006, nem em 2007, qualquer referência às comemorações do aniversário de elevação de Oiã a vila e também porque, na 1ª Assembleia de Freguesia deste mandato, chamei-a atenção para o facto e não tive conhecimento, até hoje, de qualquer programa para essas comemorações. Porque gostava de ver a minha e nossa freguesia de Oiã demarcar-se pela diferença que já existe em termos económicos através da criação de riqueza com a maior zona industrial do concelho e conhecendo as potencialidades culturais da nossa freguesia nas diferentes áreas, já referenciadas atrás, gostaria também que se demarcasse por essa diferença com um projecto digno da nossa freguesia e que o nome de Oiã se projectasse também pela sua actividade cultural tão rica como é. Termino da mesma forma como comecei este artigo: “A cultura deveria fazer a diferença no desenvolvimento económico e social da nossa freguesia de Oiã”. Temos o dever de saber aproveitar esta riqueza e crescer, pois cada vez mais temos necessidade de articular as actividades culturais com as autarquias, que regulam e incentivam, com a sociedade civil activa, bem como fazer cada vez mais a articulação cultural ao forte investimento na educação e formação, sendo que, para isso, teremos de ver uma política cultural não confundida com política de subsídios, mas sim apostarmos nas parcerias. Victor Manuel Bastos Oliveira |