Jornal da Bairradadeseja a todos os seus assinantes, leitores e amigos um Bom Ano de 2007. Necessariamente e quanto mais não seja, num exercício de auto estima pessoal, procuramos nesta data prometer mudar isto ou aquilo das nossas vidas. Muitos de nós fazem-no com sucesso, mas muitos outros abandonam esses compromissos de nova vida, logo após a tradicional ingestão das passas. Mas, se na taxa de sucesso individual eu ainda acredito que seja avantajada, nos nossos governantes esse rácio é desgraçadamente baixo. E esse é, no fundo, a raiz de todos os nossos males pela inconsequência entre a promessa e o resultado. Um outro mal bastante pernicioso que grassa actualmente é fazermos tudo para melhorar a imagem pela imagem, esquecendo-nos que não se vive apenas da aparência e que ela, mais tarde ou mais cedo, se não corresponder ao conteúdo auto, destruir-se-á. O ano de 2006 foi um ano na generalidade difícil para todos os portugueses, desgraçado para o mundo das pequenas e médias empresas em Portugal, invertendo-se, por isso, o capital de esperança depositado nos nossos governantes sem que, no entanto, se vislumbre alternativa melhor. Infelizmente, por isso, e vá-de-retro Satanás, começamos a ouvir novamente as vozes do integracionismo ibérico, que sempre aparecem nos tempos difíceis da nossa nação. É sempre costume nesta altura não esquecer o que o ano de 2006 nos trouxe. Porque a memória é sempre curta, deixamos aqui uma lista por áreas necessariamente incompleta de alguns acontecimentos que marcaram o nosso colectivo para o bem e para o mal por áreas. - Saúde- O aumento do preço dos medicamentos, das taxas moderadoras, a guerra das farmácias, o fecho e concentração de serviços essenciais às populações da província, a polémica das maternidades.
- Segurança social- a eterna discussão sobre (in)sustentabilidade do sistema. Enquanto isso, o aumento da idade de reforma, a apresentação da nova panaceia do sistema - a flixisegurança que ninguém sabe bem o que é.
- Justiça- escutas, Souto Moura, envelope 9, casa pia, apito dourado, buscas no 24horas, corrupção na dgv, etc etc etc. Entretanto, no meio da orgia justiceira, o vergonhoso caso de Entre-os Rios deu em NADA e deixaram prescrever o processo de Camarate. Fantástico.
- Eleições- Cavaco presidente da República à primeira.
- Educação- polémica nos exames, TLEBS e as aulas de substituição, autonomia e asfixia financeira das universidades, fecho de escolas primárias na província.
- Poder local- comemoraram-se 30 anos de poder local, sob a ameaça de ruptura financeira.
- Emprego- o fecho de muitas unidades industriais por falência e a saga das deslocalizações de que o caso o mais mediático foi o da unidade da Azambuja
- Função Pública - 737.774 funcionários públicos e a crescer ?
Flops ou a dita gestão da imagem - Plano tecnológico- Sócrates visitou a Finlândia e nunca mais ninguém ouviu falar de tal plano.
- Simplex, Prace, - 333 medidas e mais 400 para desburocratizar mostradas ao Povo em Março de 2006 e?. a burocracia continua.
- Lei das rendas; 7 de Setembro partida falsa.
- As listas dos devedores ao fisco e à segurança social.
Megalomanias doentias No plano internacional, o ano ficará marcado pela publicação de uma série de cartoons de Maomé por um jornal dinamarquês que desencadeou sérios confrontos político-religiosos entre o mundo islâmico e o Ocidente, aumentados pelo atoleiro iraquiano em que George W Bush se enfiou e pela manifesta incapacidade de entendimento entre os próprios Árabes em se entenderem quanto à questão Palestiniana ou Libanesa. Depois, ainda tivemos a aberração dos testes nucleares da Coreia e as ameaças iranianas. No plano dos jornais e apesar de todas os apertos e pressões injustificadas que o actual governo coloca sobre os meios de comunicação social, esperamos continuar a servir a Bairrada como até aqui apesar da insensibilidade e, da injustiça que é o término do porte pago para os nossos emigrantes, já em 2007. Bom Ano de 2007 António Granjeia* *Administrador do Jornal da Bairrada |