Evaristo Silva falava durante a assinatura de um protocolo entre aquela associação e a Região de Turismo Rota da Luz, que enquadra a venda de artesanato nas 16 lojas de turismo daquela entidade promotora.

"Se o poder de compra é menor, as pessoas gastam menos na compra de peças", descreveu Evaristo Silva, dando conta de que "há artesãos a passar dificuldades, nomeadamente em oficinas artesanais em que trabalham os dois elementos do casal".

Ilustrando a quebra das vendas, o presidente d'"A Barrica" disse que, na loja da associação no centro da cidade, "há dias em que não se vende uma única peça, apesar da época natalícia ser uma das melhores alturas para fazer negócio".

Os elevados encargos com a segurança social, que têm de ser suportados mesmo nos meses em que não há feiras, como Janeiro e Fevereiro, tornam a situação ainda mais difícil e a taxa de IVA aplicada não favorece o escoamento da produção.

"O IVA é muito alto (21 por cento), o que encarece o preço das peças que produzimos, enquanto em Espanha é de apenas sete por cento.

Não há apoios para o sector e o governo devia dar incentivos", comentou.

Para o presidente da Barrica, que é das associações mais antigas do país, o protocolo hoje celebrado com a Região de Turismo "é interessante para desenvolver a associação e ajudar a escoar os produtos".

Do ponto de vista da Rota da Luz, segundo o seu presidente, Pedro Silva, a colocação do artesanato certificado na sua rede "vai ajudar a transformar os postos de turismo, que correspondem a um conceito ultrapassado, em lojas de turismo e contribuir para elevar os patamares da oferta turística da região".

"O turista hoje é exigente e procura as identidades dos locais que visita. O artesanato tem hoje uma grande importância para a cultura e para o turismo pelos seus valores identitários", disse Pedro Silva.