O ministro das Obras Públicas e Transportes, Mário Lino, desvalorizou o "buzinão" de hoje, em Estarreja, contra a introdução de portagens na A17 e A29, assegurando que o Governo vai manter a decisão. Na opinião do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, "o buzinão é livre", mas o Governo "decidiu e vai implementar a decisão" de introduzir portagens naquelas vias. "Compreendo que nem toda a gente bata palmas e se regozije por o Governo ter tomado esta decisão, mas consideramos que é uma decisão justa", disse o ministro, durante a inauguração do troço do IC 8 entre Louriçal e Pombal. "Temos no país muitas auto-estradas portajadas, pensamos que esse é o princípio que devemos aplicar", afirmou. Para Mário Lino, a não aplicação de portagens deve ocorrer apenas "em casos em que isso se justifique por razões de fraco desenvolvimento, em que a auto-estrada aparece como dinamizador do desenvolvimento económico, ou quando não existem alternativas reais". "Fora disso, a política que se deve aplicar é a de portajar as auto-estradas", esclareceu. Quanto ao caso concreto da A17 e da A29, na zona de Estarreja, o governante confirmou a introdução de portagens, "porque há alternativas" e "porque o nível de desenvolvimento sócio-económico não justifica que se mantenham discriminadas positivamente". Os automobilistas que na manhã de hoje contestaram a decisão governamental consideram que a A17 e a A29 são as únicas alternativas à A1 nas deslocações de Estarreja para o Porto e Aveiro. Para a comissão de utentes, a estrada nacional 109 não é uma alternativa real à rede de auto-estradas, "até porque foi desmembrada para construir a A29 e tem alguns troços que já são de gestão municipal, com centenas de passadeiras e dezenas de semáforos". |