A Cooperativa Agrícola de Anadia está a desenvolver um Plano de Formação Profissional para o ano 2006/2007, em parceria com a Confagri, na realização de Cursos de Formação Profissional na área da “poda da vinha”, “aplicação de produtos fitofarmacêuticos” e “produção integrada do Kiwi”. A Direcção da Cooperativa Agrícola de Anadia continua assim a apostar na Formação Profissional. Uma experiência que começou o ano passado e que teve uma grande aceitação por parte dos agricultores. A presidente da Cooperativa de Anadia, Manuela Ferreira, salienta que “foi uma experiência muito gratificante para nós que acompanhámos o interesse e o entusiasmo que despertou nos agricultores em aprender algo mais e em adquirir conhecimentos e meios que se aplicam no desenvolvimento prático de tarefas agrícolas”. “Os Cursos de Formação Profissional são, no fundo, uma forma de incentivar o agricultor a juntar o útil ao agradável, ou seja, permitem a aquisição de novas técnicas que suscitam muito mais interesse em as executar”, acrescenta. Trata-se de um conjunto de acções de formação inovadoras que vão de encontro às necessidades dos agricultores. Destaca-se um plano de formação mais diversificado, para além da cultura da vinha, alargou-se a uma cultura também praticada na região da Bairrada - o Kiwi. Manuela Ferreira adianta que “de ano para ano, tem aumentado a cultura do Kiwi na região, existindo já bastantes produtores no concelho, deste modo resolvemos avançar com formação dedicada ao Kiwi”. De momento, está a decorrer o Curso da Poda da Vinha e a presidente direcção da Cooperativa mostrou-se satisfeita. “Tem sido um curso muito procurado”, afirma. Para além de Anadia, os cursos contam com a participação de pessoas oriundas, nomeadamente de Águeda, Mealhada, Oliveira, Aveiro e Coimbra. A formação é direccionada a agricultores, trabalhadores agrícolas eventuais ou permanentes e a mão-de-obra familiar. A formação da “poda da vinha” está a ser ministrada por técnicos da Estação Vitivinícola da Bairrada, sendo composta por aulas teóricas e práticas. Nova legislação No passado dia 21 de Outubro de 2005 entrou em vigor um decreto-lei do Ministério da Agricultura que regula as actividades de distribuição e venda de produtos fitofarmacêuticos e a sua aplicação pelos utilizadores finais. O objectivo do diploma é o de reduzir os riscos na saúde humana e no ambiente daqueles produtos, protegendo nomeadamente o sol, a água, o ar, os animais e as pessoas. Passou, assim, a ser obrigatório uma autorização específica para o exercício da actividade de distribuição e venda de pesticidas, assim como acções de formação profissional para técnicos, operadores e agricultores. Com o intuito de dar resposta e criar as necessárias condições de acesso a estas acções, a Cooperativa Agrícola de Anadia vai promover uma série de Cursos de Aplicação de produtos fitofarmacêuticos para agricultores a partir do mês de Dezembro. A responsável pela Direcção da Cooperativa de Anadia refere a propósito que “o objectivo geral deste curso é o de capacitar os participantes para a aplicação segura dos produtos fitofarmacêuticos. As preocupações com o meio ambiente e os riscos para o próprio operador estão na ordem do dia. É necessário que quem vai manusear os produtos fitofarmacêuticos, desde a sua escolha até à aplicação no campo, esteja consciente dos riscos que esta operação acarreta, não só para o ambiente, mas também para o operador e o faça respeitando as regras de boas práticas fitossanitárias. Os pesticidas são produtos importantes para proteger as plantas do ataque de pragas, doenças e plantas daninhas, mas podem ser perigosos se forem usados de forma errada”. Até 31 de Dezembro de 2010, os agricultores devem dispor de certificado de frequência com aproveitamento da acção de formação de aplicação de produtos fitofarmacêuticos reconhecida pela Direcção Regional de Agricultura, encontrando-se isentos os actuais aplicadores com idade superior a 53 anos à data da publicação do referido diploma (21/10/2005). O diploma acima estabelece ainda a obrigatoriedade de tratamento de resíduos de embalagens, ficando os utilizadores finais encarregues de fazer a sua recolha selectiva e separação, bem como o seu armazenamento temporário, e a proceder à sua entrega nos locais definidos para o efeito. As embalagens vazias de pesticidas agrícolas começaram a ser recolhidas no passado mês de Julho, resolvendo, assim, um problema ambiental do sector agrícola que não tinha destino para este tipo de resíduos perigosos. Actualmente encontra-se licenciado um sistema para a gestão de resíduos de embalagens vazias, denominado VALORFITO. É um processo extremamente simples, basta levantar os sacos adequados à recolha nos centros de recepção autorizados, colocar as embalagens vazias e limpas nesse saco e entregá-lo nesse centro de recepção. A Cooperativa Agrícola de Anadia encontra-se licenciada como Centro de Recepção autorizado de recolha de embalagens de produtos fitofarmacêuticos. Recomenda-se ao agricultor que nunca se desfaça das embalagens vazias de forma descuidada. Nunca deite as embalagens vazias nos campos, rios, ribeiros ou valas, nos contentores de resíduos urbanos. Nunca queime as embalagens e nem as reutilize. O incumprimento destas regras poderão causar algumas penalizações para os aplicadores. |