A pianista Maria João Pires actua hoje, em Aveiro, num concerto que marca o seu regresso aos palcos portugueses, desde que foi operada ao coração a 10 de Março último. A actuação de Maria João Pires está agendada para as 21:00, no auditório da reitoria da Universidade de Aveiro, no âmbito da 2ª edição dos Festivais de Outono. Do programa consta a interpretação de obras de Schubert e Beethoven. Depois de Aveiro, Maria João Pires apresenta-se, a 01 de Dezembro, no Centro para o Estudo das Artes de Belgais, projecto que fundou nos arredores de Castelo Branco e onde não actua desde Agosto de 2005. Segundo uma nota da associação Belgais enviada à Agência Lusa, a pianista irá interpretar em Belgais os quatro Impromptus Op. 142, de Franz Schubert, e a Sonata Op. 110, de Ludwig van Beethoven. "É um programa intenso e belo, juntando a densidade psicológica da última fase criativa de Beethoven com o lirismo das improvisações de Schubert", refere o comunicado. O concerto está agendado para as 17:00 de 01 de Dezembro. Em Outubro, quando foi galardoada, em Segóvia, Espanha, com o 1º Prémio Don Juan de Borbón de Música, Maria João Pires afirmou a intenção de reduzir o número de concertos em 2007. Sustentou, nomeadamente, que a sua saúde provocou mudanças profundas na sua vida. Operada ao coração, em Março último, para colocação de um 'bypass', a pianista, de 62 anos, chegou a apresentar-se em Londres, em Junho, acompanhada por uma orquestra, mas cancelou outras actuações agendadas, nomeadamente a solo, dado não estar fisicamente apta para um esforço dessa natureza. Uma das apresentações canceladas foi a do Festival de Sintra, no início de Julho. Regressou aos palcos, recuperada, em Madrid, no início de Outubro, com um concerto muito aplaudido em que interpretou peças a solo e, a quatro mãos, com o brasileiro Ricardo Castro, apresentando- se, de seguida, em Cáceres. Nascida a 23 de Julho de 1944, em Lisboa, Maria João Pires deu o seu primeiro recital aos cinco anos mas só em 1970 o seu talento foi reconhecido internacionalmente, quando venceu, em Bruxelas, o Concurso Internacional do Bicentenário de Beethoven. Interpretando obras de Bach, Beethoven, Schumann, Schubert, Mozart, Brahms e Chopin viajou por todo o mundo, tornando-se uma presença regular em salas de concerto da Europa, Canadá, Japão, Israel e nos Estados Unidos. Recebeu, em 1989, o Prémio Pessoa e, em 1999, fundou o Centro para o Estudo das Artes, em Belgais. |