O I Fórum da Plataforma Nacional Turismo, realizado em Aveiro, apresenta as conclusões e aí avisa para a importância de não gerir o setor de forma cega com oferta de produtos ditados pelos planos apresentadas por consultoras mas com visão regionalizada que acentue as especificidades dos territórios e consiga diferenciar o país contra os efeitos de uma concorrência cada vez mais feroz.
A Declaração de Aveiro é o documento que sintetiza as conclusões do Fórum da Plataforma Nacional de Turismo que decorreu na cidade de Aveiro no dia 9 de maio de 2024.
Com as receitas em alta (25.5 mil milhões de euros), o que corresponde, sensivelmente, a sete vezes a receita criada pela AutoEuropa, dez vezes o valor criado pela agricultura e é superior ao financiamento europeu do Plano de Recuperação e Resiliência, os “atores” dizem que a importância deve merecer reforço de políticas.
Alerta para a forma como começa a ser questionado o “overtourism”, causando fenómenos de gentrificação, e cultura de “servilismo” em setor mal remunerado.
Sugere uma nova agenda com “estratégia nacional para o turismo”, construída através do “trabalho horizontal entre as empresas e organizações do setor e o sistema formativo e científico nacional”.
Defende a criação de uma política de rede que aposte na associação entre os setores empresarial, organizacional e de produção de conhecimento assumindo a Plataforma como o espaço certo para esse fim;
reforço das estruturas de governo; planeamento ao nível regional e local; definir e clarificar prioridades para o investimento público; criação de “política efetiva” para a educação, formação e investigação do turismo em Portugal que acabe com a resposta “insuficiente e descoordenada” entre três ministérios com responsabilidades no setor (Economia; Educação, Ciência e Inovação; Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e “estratégia ajustada às necessidades atuais” ao nível de recursos humanos e “quadro fiscal e contributivo adequado”.
“A nova política para o trabalho em turismo deve tomar em consideração a necessidade de se melhorarem os níveis salariais e a produtividade e de se desenvolverem formas de emprego que se coadunem com o equilíbrio de género, com a questão da imigração e com um contexto de harmonia entre o trabalho e a família”, refere a PNT.
O documento é assinado pelos presidentes dos Órgãos da Plataforma Nacional de Turismo.
Carlos Costa Professor (Catedrático Universidade de Aveiro) é o presidente da direção, João Albino Silva (Professor Emérito Universidade do Algarve) é Presidente Mesa Assembleia Geral e Pedro Lopes (Administrador do Grupo Pestana) é o Presidente Conselho Fiscal.
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