Fernando Santos, treinador do Benfica, receitou hoje "aplicação e atitude" para os "encarnados" vencerem o Beira-Mar, domingo, na nona jornada da Liga portuguesa de futebol, apesar da eventual presença do goleador Jardel, contando já com o grego Karagounis, recuperado. "Temos que entrar em campo para ganhar, com grande aplicação e atitude e impor o nosso modelo de jogo. Só assim podemos alcançar os nossos objectivos, que neste clube passam por vitórias", disse, no Futebol Campus, Seixal, após o segundo treino "completamente integrado" do médio Karagounis, "clinicamente apto". Só com Rui Costa ainda a recuperar de lesão, Fernando Santos escusou-se a revelar quaisquer alterações no "onze" para a recepção aos aveirenses, no mesmo Estádio da Luz em que a equipa bateu o Celtic Glasgow por 3-0, quarta-feira, na quarta ronda da Liga dos Campeões. "Não há jogos mais ou menos difíceis. O adversário vai correr, lutar e trabalhar muito para provocar uma surpresa. Como fez com o Sporting (empate 3-3, em Aveiro), o Beira-Mar não vai deixar de atacar, apesar de um empate com um grande ser um resultado positivo para uma equipa destas", continuou. O avançado brasileiro Mário Jardel, "que nasceu com os golos e os golos nasceram com ele", não merece a mesma preocupação do que quando estava no FC Porto ou no Sporting, até porque "numa equipa deste nível tem mais desgaste, pois o caudal ofensivo é diferente". "O início da época foi perfeitamente atípico, mas de há dois meses para cá a equipa tem vindo a melhorar e, ao contrário do que é costume, conseguimos construir mecanismos ofensivos mais rapidamente do que a solidez defensiva", afirmou. O Benfica é quinto posicionado do campeonato, a seis pontos do líder, FC Porto, mas com uma partida a menos, apresentando uma média de golos marcados de 3,25 nos últimos cinco jogos da Liga, enquanto o Beira-Mar é 14º classificado com seis pontos e a pior defesa (17 golos) da prova. Apesar de não ganhar há cinco jogos, os "aurinegros" são o quarto melhor ataque, atrás dos "três grandes". "O Karyaka estava um pouco à margem, apesar de ser um excelente profissional. Não sei se foi contratado para jogar à esquerda, mas não pode ser. Tem que jogar livre. O modelo que temos vindo a utilizar beneficia-o mais. É um jogador muito interessante. Para mim são todos iguais. Não tenho jogadores mais e jogadores menos", concluiu. Sobre uma eventual rotatividade entre os elementos do plantel para prevenir o desgaste físico inerente ao calendário desportivo, Fernando Santos revelou-se pouco adepto daquela política, já que "às tantas, nem pau, nem bola, como se diz na Penha de França", pois os jogadores "não percebem porque saem da equipa se estão a jogar". |