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25-10-2006

Muito deve a câmara de Águeda


Câmara deve mais de 17 milhões de euros

Os valores estão apurados: 17 milhões e 200 mil euros são o valor total da dívida da Câmara Municipal de Águeda, enquanto que os Serviços Municipalizados devem dois milhões de euros. No entanto, são valores que ainda não foram discutidos em reunião de câmara e que os vereadores do PSD já criticaram por terem sido tornados públicos antes de serem analisados.

Gerir o futuro

Segundo Gil Nadais, presidente da Câmara Municipal de Águeda, os valores “só agora foram conhecidos - após termos recebido a auditoria encomendada, há cerca de um ano - e servem para saber como gerir o futuro”.

“Estou preocupado com a gestão dos números, para que possamos saber com o que contamos”, desabafou Gil Nadais que diz não ter sido apanhado de surpresa, uma vez que “já esperávamos valores dessa ordem”.

Aliás, segundo Edson Santos, chefe de gabinete do socialista Gil Nadais, os valores apurados reportam-se a 31 de Outubro de 2005 (16.426 milhões de euros) e a 31 de Dezembro de 2005 (16.176 mil euros).

Compromissos assumidos e não pagos

Já o chefe de gabinete sublinha que “a auditoria constatou que, à data de 31 de Outubro de 2005, após todo o processo de reconciliação de contas correntes, existia um conjunto de facturas que ainda não se encontravam contabilizadas, que haviam sido emitidas até àquela data pelos fornecedores e que apenas vieram a ser registadas posteriormente”.

Edson Santos refere ainda que cerca de um milhão de euros de compras efectuadas pelo anterior executivo ainda estaria num processo de contabilização e que o valor “só se repercutiu nas contas dos actual executivo em Dezembro”, assim como 700 mil euros de protocolos com as juntas de freguesia, que não estão incluídos até 31 de Dezembro.

“Existiam muitos compromissos assumidos pelo anterior executivo que ainda não estavam repercutido nos balanços”. “Tínhamos que saber correctamente o que nos calhava”. Por isso, “a necessidade da auditoria”, acrescentando, entretanto, assim como “existe uma listagem bastante extensa de bens que estão inventariados mas, não valorizados, na sua maioria relativos aos equipamentos instalados nas escolas e nos jardins-de-infância, como existem também alguns terrenos, edifícios de escolas e veículos nas mesmas condições de não valorização”.

Também no sector de contratação de seguros, os auditores verificaram “que não existiram procedimentos de prospecção de mercado, mantendo-se inalterada a companhia de seguros contratada, desde há vários anos. Salienta-se o facto de nos ter sido informado que a autarquia está a proceder a avaliações por parte de um corrector, com vista à abertura de um procedimento de concurso para negociação das apólices”, lê-se no relatório.

Foi ainda constatado que “não existe um controlo informático na câmara de Águeda, na sua qualidade de entidade que procede às execuções, que permita a cada momento saber quais os montantes em execução que ainda estão por liquidar e qual a taxa de recuperação das dívidas”.

Alertas

PSD espera pela próxima reunião

Entretanto, Carlos Almeida, vereador da oposição do PSD, diz que os vereadores do PSD vão aguardar pela próxima reunião de câmara, dentro de 15 dias, “onde pensamos que vamos poder analisar detalhadamente os relatórios de auditoria da câmara e dos SMAS”.

“Até lá manda o respeito formal pelo órgão a que pertencemos, evitar tecer comentários sobre um trabalho que em sede própria não foi discutido e analisado”.

Carlos Almeida afirmaque “é lamentável apenas o facto de os relatórios terem sido tornados públicos mesmo antes da sua discussão criando assim e mais uma vez dificuldades à implementação da transparência e desrespeitando a importância dos órgão executivo”.

Pedro Fontes da Costa
pedro@jb.pt


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