Na última sexta-feira, começaram os trabalhos para a implantação da nova Feira Quinzenal da Palhaça, que vai ocupar uma larga área, de cerca de 40 mil metros quadrados, incluindo zonas de estacionamento, mas o presidente da Junta, Manuel Carvalho, mostra-se esperançado de que, no próximo ano, possa entrar em funcionamento, a não ser que as chuvas venham deitar esse sonho a perder... É preciso que não chova... Para que a obra pudesse arrancar foi assinado, no dia 29 de Setembro, um protocolo entre a Junta e o empresário Victor Almeida & Filhos, no respeitante aos trabalhos de preparação (terraplanagem) e remoção de terras para a parte mais funda dos terrenos adquiridos, ainda no tempo do mandato de Acílio Gala, e pagos alguns destes pelo novo executivo, que envida esforços no sentido de adquirir outros a norte para a implantação de mais uma entrada. “A câmara está a negociar terrenos a norte”, afirma, satisfeito, o autarca. Um outro protocolo foi assinado entre a Câmara e a Junta no que se refere à comparticipação financeira da primeira outorgante para os trabalhos de terraplanagem que se cifra em 75.945.00 euros. Deste documento, com data de 18 de Agosto último, consta a contrapartida respectiva: a cedência ao município do terreno onde se realiza a feira quinzenal. Feitas as contas, os custos dos terrenos ascendem a 200 mil euros (40 mil contos). Trata-se de terrenos com uma pequena camada de terra preta por cima, mas depois abunda o barro. Daí o seu baixo preço. Segundo Manuel Carvalho, serão três as entrada: uma a sul, onde as máquinas já ferraram os dentes na última sexta-feira, uma a norte e ainda uma terceira a nascente, para o que já foram também adquiridos terrenos. Trata-se, efectivamente, de uma vasta área, de grandes horizontes. “Para que aconteçam obras” “Tem sido uma preocupação da Junta de Freguesia fazer os trabalhos antes do Inverno”, mas reconhece o autarca terem-se verificado alguns atrasos que se prenderam também com a legalização de alguns terrenos, o que agora pode vir a complicar. É que, adiantou, “se vier muita chuva, já não dá para fazer este ano”. Se vierem dois ou três dias de chuva, os terrenos já não permitem trabalhos do género, “ficam logo encharcados...” Manuel Carvalho está desejoso que os trabalhos ganhem grande dinâmica, porque, no fundo, há todo o interesse em mudar para aqui a Feira, para que no espaço em que o evento se realiza hoje, “aconteçam obras necessárias à freguesia”. Isto é, a câmara investe na nova feira, nos terrenos, instalações e condições, mas vai receber a “melhor parte”, constituída pelos terrenos onde se realiza a actual feira - cerca de 40 mil metros quadrados, muito bem localizados, e onde está projectada a implantação de edifícios ou equipamentos, como a nova sede da Junta, a Escola Primária, a nova piscina da Adrep e ainda o Centro Paroquial de S. Pedro (neste caso, tanto a junta como a câmara já cederam terrenos que possuíam atrás do pavilhão daquela associação). Enfim, um bom punhado de obras que vão preencher todo aquele amplo espaço. “Irá continuar igual” A necessidade da implantação destas obras cria alguma pressão e põe alguma urgência nos trabalhos. O anseio claro de Manuel Carvalho é que “a Feira mude no próximo ano”. E vê isso como possibilidade na medida em que as máquinas farão os trabalhos de terraplanagem e remoção de terras, num prazo de 15 dias. “É preciso é que não chova”. Depois, será o saibramento de algumas áreas. O material será fornecido pela câmara e transportado, colocado e cilindrado pelas máquinas da empresa que adjudicou a empreitada, a um preço muito mais acessível do que ouros concorrentes - 58.200 euros mais IVA.Quanto à rentabilidade da Feira, num tempo em que as feiras já não constituem moda, com a invasão de grandes e pequenas superfícies e com a lavoura a definhar, Manuel Carvalho é um homem, de esperança, do dizer a JB: “Julgo que, se a feira tiver boas condições, irá continuar igual”.
Armor Pires Mota |