Luís Vieira, Secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas, presidiu à cerimónia de encerramento do Seminário “As Adegas Cooperativas - Estratégias de Futuro”, patrocinado pela FENADEGAS e CONFAGRI, evento que decorreu na passada sexta-feira, dia 21, no Museu do Vinho da Bairrada. Os vários oradores manifestaram a sua apreensão em relação à crise que afecta o país, mas ficou a esperança de novas reformas, como também de uma maior competitividade entre todos os sectores. “Estamos abertos a que essas reformas se façam” A FENADEGAS e a CONFAGRI, em conjunto, levaram a efeito um seminário intitulado “As Adegas Cooperativas - Estratégias de Futuro”, onde durante o dia foram debatidos dois temas: A Reforma da Organização Comum de Mercado Vitivinícola e a Dinâmica Empresarial das Adegas Cooperativas “Eixo Competitividade” do Novo Programa de Desenvolvimento Rural 2007-2013. Na conclusão dos trabalhos, Pedro Dias, director do Museu do Vinho da Bairrada, congratulou-se por este seminário ter decorrido naquele espaço. Satisfeito estava também o presidente da Câmara Municipal de Anadia. Litério Marques começou por dizer que o seu concelho também sofre na pele os problemas dos vitivinicultores. “Face à complexidade da situação, estas iniciativas são importantes, a troca de ideias, também. O governo devia debelar a crise e só espero que as sugestões não tenham sido descabidas, que, depois deste seminário, dê lugar à meditação”. Para Aurélio Carvalho, presidente da direcção da FENADEGAS, “todas as regiões atravessam a sua crise”, mas mostrou-se esperançado na nova COM (Organização Comum de Mercado do Vinho): “Estamos abertos a que essas reformas se façam. Sobre o eixo da competitividade, estamos ansiosos na mudança. É uma realidade diferente que estamos a viver, mas a FENADEGAS está disponível para essa mudança”. Sobre a hipótese da destilação acabar, Aurélio Carvalho afirmou que é um problema que preocupa a todos, esperando que os produtores não sejam lesados. No que toca ao arranque da vinha, aquele dirigente espera que o mesmo seja selectivo, mas que os seus interesses sejam salvaguardados. Sobre a situação das adegas, Aurélio Carvalho preconizou mais créditos e garantias, como deverá haver mais algumas fusões e um trabalho mais apoiado entre todas as partes envolvidas. Seguiu-se a intervenção do Comendador Fernando Mendonça, presidente da direcção da FENADEGAS: “Dizem que tudo está mal. Mas estão em dificuldades porquê? Por vezes a competitividade é vender barato. Muita da responsabilidade é nossa, de quem dirige. Temos que ter a vontade e o arrojo de vestirmos outra roupagem, de forma a ultrapassarmos todas as dificuldades”. “Apostar na modernização dos nossos quadros” Luís Vieira teve uma intervenção prolongada. O Secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas começou por abordar o Programa Vitis (Regime de Apoio a Reconversão e Reestruturação da Vinha), da campanha em marcha, um pouco aquém das expectativas, mas ciente que muito foi feito, onde foram levados a cabo 30 mil hectares de reestruturação da vinha nos últimos seis anos, uma campanha que vai continuar no próximo ano. Sobre a Arquitectura Institucional do Vinho, o membro do Governo abordou as CVR. Das dezasseis existentes, que são representadas pelo Estado, apenas ficam oito, mais uma no Douro: “São organizações adultas para gerir os seus destinos”, afiançou, prometendo também que o IVV, actualmente com 250 pessoas, vai ficar a contar entre 50 a 60; irá ser auto-suficiente, pois trata-se de um organismo que é do interesse da produção. Sobre a reforma da OCM, é uma proposta da CU - Comissão Europeia - que na perspectiva do Governo é extremamente importante. No que concerne à propalada hipótese da destilação acabar, Luís Vieira mostrou-se contra tal medida. “Portugal tem produtos de qualidade, tem condições de colocar os seus vinhos na Europa. Para isso temos que apostar na modernização dos nossos quadros e dar-lhe mais competitividade”, afirmou o Secretário de Estado Adjunto da Agricultura e Pescas, para quem todos têm de fazer o trabalho de casa e não esperar que o Estado resolva todos os problemas. “Tem que haver uma grande força de vontade. O sector vitivinícola melhorou imenso. Há que ter bons projectos e boas ideias para saber acompanhar o seu desenvolvimento”, afirmou.
Manuel Zappa |