O secretário de Estado Adjunto da Indústria e Inovação, Castro Guerra, considerou ontem um exemplo de "ânimo do investimento privado" a refinaria de biodiesel que a Martifer vai construir no porto de Aveiro. O governante, que falava em Aveiro no lançamento da primeira pedra da refinaria de biodiesel, adiantou que o projecto "é central na política energética do Governo, porque reduz as importações de produtos petrolíferos e a dependência energética, reduz as emissões de dióxido de carbono, e potencia a agricultura". "Houve um longo trabalho legislativo para o permitir, nomeadamente a transposição da directiva dos combustíveis e o Decreto- Lei que define as quantidades a isentar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos", sublinhou. Castro Guerra enalteceu ainda o investimento na nova refinaria de Aveiro por permitir "criar condições para novas produções agrícolas", nomeadamente a cultura de girassol. O presidente da Martifer, Carlos Martins, anunciou a intenção da empresa em se associar à Universidade de Aveiro para criar um centro de competência em energias alternativas e enalteceu a eficiência da Administração do porto de Aveiro que permitiu, três meses após o primeiro contacto, estar a lançar a nova fábrica. A refinaria de Aveiro da Martifer tem uma produção de biodiesel estimada em 100 mil toneladas e uma facturação de 70 milhões de euros anuais, devendo iniciar a laboração em Março de 2007 e criar 40 postos de trabalho directo. O projecto tem como objectivo o mercado ibérico e vai processar predominantemente soja, mamona e dênde, provenientes do Brasil. Em Portugal, a Martifer pretende comprar óleo de girassol, enquanto a colza será importada da Roménia. A refinaria, que ocupará uma área na ordem dos oito mil metros quadrados, vai ficar instalada junto de duas outras fábricas, uma de pás e uma de aerogeradores para torres eólicas, que o grupo está a desenvolver no porto de Aveiro, num investimento de 25 milhões de euros. O porto de Aveiro deverá este ano atingir um novo máximo histórico de movimento, superando os 3,3 milhões de toneladas de 2005, segundo o presidente da administração, Luís Cacho. Na última década, a estrutura portuária de Aveiro teve um crescimento médio anual de cinco por cento, duas vezes e meia superior ao crescimento do conjunto dos portos portugueses, e a sua inclusão no Portugal Logístico, segundo Luís Cacho, vai permitir fixar negócios e atrair empresas interessadas na sua localização privilegiada. |