Um homem que atropelou um chefe da polícia que estava a fiscalizar o trânsito foi hoje condenado no Tribunal de Aveiro a três anos e 10 meses de prisão. O polícia em causa, o chefe Rato, é uma figura popularmente conhecida na cidade e temida por muitos condutores pelo rigor que aplica na fiscalização do trânsito citadino. Em 28 de Setembro de 2004, quando estava de serviço junto à rotunda do Hospital de Aveiro, foi atropelado por um automóvel conduzido por um indivíduo sem carta, que desrespeitou uma ordem para parar. O chefe Rato terá ficado intrigado com a condução do automobilista - considerada insegura - e fez-lhe sinal para que parasse, ao qual o condutor desobedeceu. O agente encetou então uma perseguição, tendo o condutor em fuga abalroado o motociclo da PSP e provocado o despiste e a queda do polícia, que ficou ferido. O condutor fugiu novamente, a pé, vindo a ser detido por outro agente da corporação. Acusado também de homicídio voluntário na forma tentada, o condutor foi absolvido desse crime pelo tribunal que não considerou provada a intenção de matar o chefe da PSP, concluindo que nem o embate, nem as lesões, foram de modo a revelar essa intenção. "Houve foi a intenção de fugir à polícia, fosse como fosse" disse a juíza, que deu como provada a condução perigosa (14 meses de prisão), porque nessa fuga colocou em risco a vida dos peões que estavam no local. Provados foram também os crimes de condução sem carta (um ano de prisão), em que o homem foi reincidente, de ofensa à integridade física na forma tentada, com dolo necessário (12 meses), e de resistência e coacção sobre funcionário (24 meses). Na condenação, em cúmulo jurídico, a três anos e dez meses de prisão, o tribunal teve em consideração os antecedentes criminais do arguido e o seu comportamento em julgamento, em que "tentou aligeirar as suas responsabilidades em vez de as assumir", apesar do arrependimento declarado no final. |