O deputado anadiense, na Assembleia da República, José Manuel Ribeiro, eleito pelo Círculo de Aveiro do PSD e também presidente da Assembleia Municipal de Anadia, quer saber do Ministro da Saúde, de uma forma cabal e integral, qual a possibilidade do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) de Sangalhos (concelho de Anadia), vir a encerrar. Daí, ter novamente apresentado na AR um Requerimento já que pretende obter respostas concretas sobre esta matéria que tem causado grande polémica junto da população e autarquia local que, de resto, na última Assembleia Municipal, aprovou uma moção de repúdio perante o eventual encerramento.

“Enorme passo atrás e um irremediável retrocesso na política de saúde no concelho de Anadia”

O deputado que, em Fevereiro último, apresentou, na AR, um Requerimento, dirigido ao Ministério da Saúde, sobre a possibilidade da redução de horário do SAP, recorda agora as recentes notícias vindas a público, em vários órgãos de comunicação social, que dão conta dessa possibilidade: “nas últimas semanas, a comunicação social local e regional, baseando-se em fontes ligadas ao Ministério da Saúde, tem colocado a possibilidade de o SAP de Sangalhos poder ser encerrado, o que assume contornos muito mais gravosos do que aqueles que foram inicialmente referidos (redução de horário)”, escreveu, acrescentando ainda que “caso se verifique o que as últimas notícias afirmam, ou seja, o encerramento do SAP de Sangalhos, tal situação configurará um enorme passo atrás e quiçá um irremediável retrocesso na política de saúde no concelho de Anadia.”

O deputado considera ainda que a resposta do Governo foi pouco clara, deixando mesmo muitas dúvidas no ar.

Segundo José Manuel Ribeiro, o Ministério da Saúde apenas confirmou que está em curso “uma reforma nos Cuidados de Saúde Primários em todo o país, não se prevendo nenhuma requalificação de serviços sem que estejam criadas alternativas que permitam aumentar a qualidade e a acessibilidade dos cidadãos aos cuidados de saúde”, acrescentando ainda essa resposta, que “na reforma levada a cabo pelo Ministério da Saúde prevê-se a criação de uma Rede de Serviços de Urgência garantindo a equidade e o acesso em menos de 60 minutos a um Serviço de Urgência, a implementação de Unidades de Saúde Familiar, a reorganização dos serviços de transportes de doentes, a entrada em funcionamento do call center, entre outras iniciativas, que permitirão disponibilizar aos cidadãos um verdadeiro serviço de urgência de qualidade.”

Governo deu uma “não resposta”

Para o deputado anadiense, trata-se de uma “não resposta”, já que “o Governo nada clarifica quanto ao futuro concreto do SAP de Sangalhos”, acrescentando ainda que a confirmar-se o encerramento deste importante serviço é “inaceitável” e demonstra o “profundo desconhecimento” do Ministério da Saúde da “realidade local e das necessidades das suas populações”.

Assim, o deputado volta a colocar três perguntas à tutela: “Vai o Governo proceder ao encerramento do SAP de Sangalhos?”; “Em caso afirmativo, quais os critérios que estão na base de tal decisão?” e se “O Governo já auscultou ou prevê auscultar os órgãos autárquicos e a população sobre esta matéria?”

José Manuel Ribeiro considera ainda “totalmente inqualificável” o eventual encerramento do SAP, até porque é preciso ter em atenção que “o SAP de Sangalhos tem uma área de influência superior a 10.000 habitantes, com uma área geográfica que ascende a mais de 5.000 hectares, com uma incidência que abrange em especial quatro freguesias: Sangalhos, Avelãs de Caminho, Ancas e Amoreira da Gândara.”

Catarina Cerca