"O afluxo de doentes durante o dia de hoje foi o normal e conseguimos completar a transferência entre as 04:00 e as 05:00, quando a previsão apontava para as 07 horas", disse à Lusa.

Naquele serviço são atendidos, em média, 330 doentes por dia, sendo 70 por cento adultos, 25 por cento de pediatria e os restantes cinco por cento de obstetrícia.

Ao final da tarde, António Isidoro considerou que o primeiro dia nas novas instalações "tem corrido bem", embora admitindo "alguma pequena confusão natural no início, quer para os profissionais de saúde, quer para os utentes".

"São instalações, equipamentos e circuitos novos e é uma experiência nova para todos que exige alguma aprendizagem", disse à Lusa António Isidoro.

Do lado de fora do hospital, as observações de familiares dos doentes também eram "normais".

Pedro Rodrigues, de 45 anos e residente em Águeda, que acompanhava um familiar à nova urgência, elogiou a qualidade das instalações, mas lamentava ter de se separar do doente.

"O aspecto geral está muito melhor, mas está a funcionar cheio de regras e normas e os acompanhantes têm de ficar separados dos doente", comentou à Lusa.

O responsável pelo serviço de urgências disse à Lusa compreender a preocupação dos familiares, mas salientou que, mesmo nos actuais 3000 metros quadrados de área, "é difícil permitir o acesso a toda a gente".

Segundo António Isidoro, não houve, a esse nível, alterações ao que vinha sendo prática, sendo autorizada a presença do acompanhante em alguns casos, como de idosos desorientados, crianças e incapacitados.

"Nessas situações, o primeiro interessado em colher informação sobre o doente é o médico, pelo que é facultada a entrada", esclareceu.

O responsável pela urgência hospitalar salientou que a triagem dos doentes está a ser feita por um método credível e auditável, relativamente ao tempo de espera, de acordo com a gravidade da situação.

Observou ainda que nas novas instalações há agora uma sala de decisão clínica, com um enfermeiro gestor do afluxo e há um controlo clínico do doente "que não fica no corredor à espera, havendo continuidade na prestação dos cuidados".

O Serviço de Urgência do Hospital Infante D.Pedro passou a dispor de uma área total de 3018 m2, distribuídos pela Urgência de Adultos e Urgência Pediátrica.

Nas novas instalações vigora o sistema de triagem de Manchester, que já tinha começado a ser testado em Maio nas instalações provisórias, estando as novas urgências organizadas segundo as cores previstas neste sistema de triagem clínica.

As novas urgências do Hospital de Aveiro deveriam entrar em funcionamento a tempo do Euro2004, mas o arranque das obras de remodelação foi adiado devido à anulação do primeiro concurso público e a adjudicação só se veio a verificar em Janeiro de 2005.

O custo total da obra foi de dois milhões e trezentos mil Euros, tendo ainda sido investidos cerca de quinhentos mil Euros em novos equipamentos.