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26-06-2006

Vozes “enraizadas” no coração de Sangalhos


Sangalhos

No passado dia 25 de Junho de 2006, pelas 17 horas, no Auditório da Junta de Freguesia de Sangalhos realizou-se a 8ª Edição do Concerto dos Santos Populares. Momentos de recordar a essência da confrontação de vozes e instrumentos, que muito dignificaram o passado do Grupo Coral Oásis, numa alusão a raízes que provém da tradição dos cantares. Este ano marcado pela actuação do Orfeão Estrela da Serra (Seia), do Grupo Coral de Oiã, para além do Anfitrião Coral Oásis e dos Cantares de Manhouce.

O primeiro interveniente foi o Grupo Coral Oásis que revelou à entrada, uma bela profusão de cores contrastantes entre o preto e o laranja que mostram bem a dinâmica de mudança quer a nível de imagem, quer a nível de repertório. O repertório escolhido também mereceu observação pela excelência das peças escolhidas. O maestro António Luis de Brito iniciou com o espiritual negro My Lord (John Work) e contou com a imponente voz solista na pessoa do Prof. Sérgio Brito. Além do brilhante desempenho nesta peça seguiram-se outras que maximizavam em alegria o ambiente do padrão “Santos Populares”. La Villanela (Alberto Vicari) e Habanera Divina (Manuel Littel) rendilharam a tarde de novidades. Esta última, tendo sido cantada pela primeira vez. Um verdadeiro ornato à beleza coral! A Luisinha (Mário Sampaio Ribeiro) e a harmoniosa Balada de Outono (Zeca Afonso) ambas com intervenção da solista Graça Abrantes foram momentos altos da actuação do Grupo Coral Oásis.

Seguiu-se a actuação do Orfeão Estrela da Serra ( S. Romão- Seia) conduzido pelo Director Artístico Prof. António José Silva, referenciado pela escolha de peças interessantes com Signum Ec VIII ( Tylman Susato), Riu Riu, Chiu ( Villancico sec XVI- Anónima), Maria da Conceição (Popular da Beira Baixa), Syahamba (Popular África do Sul), Ce Móis de mai (Clement Janequin), Vira, Virou (Keiton e Kledir) terminando com o tema Il est bel et bon (Pierre Passereau-Sec XVI). A vivacidade de temas com alguma predominância renascentista, assinalaram também aqui raízes bastante profundas e comuns ao universo vocal.

Na terceira intervenção, o Grupo Coral de Oiã entrou em palco conduzido pelo seu Director Artístico Prof Manuel Sarrico abrilhantando a actuação com a referência a Fernando Lopes Graça, homenageado no seu centésimo aniversário pela interpretação de cinco temas de grande importância no panorama coral português. A vida e obra do musicólogo foram sempre ladeadas de rico simbolismo popular. Depois de Canção Açoreana (Manuel Faria), “ um compacto Fernando Lopes Graça” com Milho da Nossa Terra, Senhora Santa Catarina, Canção da Vindima e É lampi. Finalizou com Aj Luska Luska (F Terral) e uma interpretação excelente de O Vosso Galo, Comadre (Grova) num apelo permanente ao que de mais popular existe em nós.

Como se não bastasse, o martelinho de S. João vibrou sobre a cabeça do público presente com a surpreendente inclusão do Grupo de Cantares de Manhouce no programa do Concerto. Este grupo é a continuação do Rancho Folclórico de Manhouce, fundado em 1938 por alturas do "Concurso da Aldeia Mais Portuguesa de Portugal"; lendo-se no Diário de Notícias de 27 de Setembro desse ano: "Se tal caminho não fosse, era a aldeia mais portuguesa... Manhouce". Simplicidade, naturalidade e autenticidade são qualificantes nesta actuação que marcou de inédito a inaudito, a tarde cultural. O grupo entrou apetrechado do seu manancial etnográficoe histórico recordando Isabel Silvestre que terá marcado vincada posição pela sua colaboração como solista, de onde saiu para a ribalta. Ainda de realçar o carinho e o sentimento expresso pela Presidente do Grupo Coral Oásis, Maria Silvestre Loureiro que apreciou de perto os seus conterrâneos sonhando “in memorium” com as suas mais genuínas raízes. Sangalhos vibrou em sintonia no que parecia ser uma fascinação pela diferença. Com uma indumentária regressiva em que “Otraje da mulher é garrido, luxuoso, realçado por muito ouro que ela ostenta, orgulhosa, no peito e nas orelhas.“, e um repertório, curiosamente, que Fernando Lopes Graça e alguns musicólogos de renome reconheceram como sendo a riqueza das canções do Cancioneiro Popular Português o grupo marca posição pela identidade nacional. Entre os temas do grupo que foram interpretados destaca-se a Serranita de Manhouce, Ribeira, Tareio, Os teus olhos são dois peixes, Manhouce não tem rival e Sr da Pedra. Num encore muito solicitado e bastante concorrido pelo público que entusiasmado pedia sempre mais?e mais, finalizaram com Vira d´Aldeia.

A 8ª edição do Concerto dos Santos Populares terminou com a entrega dos manjericos e galhardetes que este ano contou com a presença dum imenso público, do Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Anadia, Dr Jorge São José e com o Presidente da Junta de Freguesia de Sangalhos, Sr Sérgio Aidos.

Pedro F Patricio

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