A cantora e compositora norte-americana Meredith Monk actuará em Aveiro em Julho, numa inédita celebração da música vocal e das mulheres que usam a voz como forma principal da sua expressão artística. Trata-se do I Festival Voz de Mulher, organizado pelo grupo "Segue-me à Capela", que decorrerá dias 07 e 08 de Julho no Teatro Aveirense, e cujo progra ma inclui a canadiana judia Judith Cohen, uma das mais activas divulgadoras da m úsica sefardita. O objectivo, anunciou hoje a organização, é "promover o papel da mulher na música", "atrair e formar novos públicos", profissionais e estudantis, e "in centivar o surgimento de novas abordagens no panorama musical português". Alem dos espectáculos, haverá conferências e seminários sobre a utiliza ção da voz, "o mais antigo instrumento musical humano", e uma Feira de discos. O grupo "Segue-me à Capela", formado há sete anos em Aveiro, é constitu ído por duas sopranos (Cristina Martins e Catarina Moura), três contraltos (Mila Bom, Margarida Pinheiro e Maria João Pinheiro) e uma mezzosoprano (Cristina Ros a). Embora use ocasionalmente a percussão, os instrumentos do grupo são as vozes. Meredith Monk, que está a celebrar 40 anos de carreira, é considerada u ma pioneira deste género, que "combina o virtuosismo técnico da musica clássica, com a aspereza e simplicidade da música folk, a liberdade e flexibilidade do ja zz e a excitação do rock". "Songs From the Hill" (1977), "Light Songs" (1988) e "Volcano Songs" (1 994) são alguns dos álbuns mais conhecidas da autora, só com "música para voz nã o acompanhada", composta por Meredith Monk. Os seus admiradores descrevem-na como "uma feiticeira da voz" e "a voz do futuro". Judith Cohen, a outra atracção internacional do I Festival Voz de Mulhe r, especializou-se na música sefardita, a música dos judeus expulsos há cinco sé culos da Península Ibérico, e nomeadamente o "ladino", que mantém traços do port uguês e do castelhano antigos. O seu último álbum, gravado em 2005 em Madrid, chama-se "Sefarad en Dia spora". |