Associação Empresarial de Águeda (AEA) escreveu ao ministro da Economia para dar conta da "grande preocupação sobre a situação em Portugal relativamente aos preços praticados no gás natural, designadamente, no segmento industrial". Preços elevados Na carta enviada a Manuel Pinho, o presidente da AEA, Ricardo Abrantes, começa por apontar que os preços de gás natural no nosso país são demasiado elevados quando comparados com os praticados pelos outros países da União Europeia. “Esta diferença de preços ainda é mais significativa quando comparamos os preços com o importante parceiro comercial de Portugal - a Espanha, onde as diferenças são superiores a 20%. Esta situação cria problemas sérios de competitividade às empresas Portuguesas", refere o presidente da AEA. "Dada a gravidade da situação e a insustentabilidade das actuais tarifas", o presidente da AEA considera, urgente, que "sejam tomadas medidas que visem a redução no curto prazo do preço do gás natural para o segmento industrial". Alterações da política energética Ricardo Abrantes sugere ainda que "só com alterações na política energética e na forma de fixação de preços da parte das distribuidoras é que as PME’s industriais poderão dispor de preços muito mais baixos e repor os níveis de competitividade que perderam nos últimos anos". Para este dirigente associativo, “os aumentos verificados no ano 2005, os aumentos verificados em 2006 e a expectativa de novos aumentos geram uma situação insustentável para a indústria Portuguesa". Apontando que o mercado do gás natural conheceu grandes alterações nos últimos seis anos, a Ricardo Abrantes explica que "se chegou ao ponto de, actualmente, não existirem quaisquer condições para que as PME’s industriais suportem novos aumentos de preços". Perda de competitividade Acrescenta ainda que "os aumentos verificados têm contribuído para a perda de competitividade nacional e internacional dos bens produzidos em Portugal, os desempenhos das exportações assim o reflectem. A manutenção dos elevados preços continuará a inibir o crescimento económico, que é baixíssimo, e, consequentemente, a criação de postos de trabalho". Abrantes recorda que “a fórmula utilizada pelas distribuidoras para fixação dos preços tem conhecido significativas alterações, ao longo dos anos, mas, lamentavelmente, constatamos que apenas tem servido para justificar aumentos de preços e contribuído para o engrandecimento das mesmas. Tudo isto em detrimento do esforço e interesse colectivo na competitividade das empresas". Pedro Fontes da Costa |