Dois luso-descendentes foram hoje formalmente acusados pelo Ministério Público venezuelano de sequestro e homicídio qualificado de um empresário italiano em Março último, disse à agência Lusa uma fonte judicial. Um comerciante português residente na Venezuela e outro luso- descendente foram acusados, no âmbito do mesmo processo, de encobrimento do caso e aproveitamento de bens provenientes do delito. Outros quatro homens, entre os quais dois responsáveis da policia, foram acusados pelo assassínio do empresário italiano. A vítima, Filippo Sindoni, de 74 anos, era proprietário de uma estação de televisão, um jornal e várias empresas e foi sequestrado a 28 de Março último por um grupo de indivíduos fardados que simularam uma falsa barreira policial, em Maracay, Estado de Arágua. Dois dias depois a polícia localizou o seu cadáver, de mãos amarradas, queimado e com um ferimento de bala disparada por uma pistola. Segundo a fonte judicial, dois luso-descendentes, Miguel Ángel João de Jesus (24 anos) e José Pestana (25 anos) e dois venezuelanos, Débora Estanga e Charly Terry Hernández foram acusados de homicídio qualificado na categoria de "colaboradores imediatos", sequestro de um idoso com morte em cativeiro. Foram também acusados de administrar substâncias ilícitas e de associação de malfeitores. Miguel Ángel João de Jesus é ainda acusado de uso indevido de uniforme militar e lesões leves provocadas durante a execução do roubo agravado. Pelo mesmo delito, na categoria de "autores", foi acusado o sub-comissário do Comando Central da Divisão de Operações da Polícia de Arágua Victor Contreras e o ex-funcionário da Polícia do Estado de Carabobo Rafael Lamuño Flores. Os ex-funcionários policiais foram ainda acusados de cumplicidade num roubo agravado de veículo e utilização ilegal de bens públicos. O comerciante português João Paulo Costa Marques, 36 anos, natural de Aveiro, e o luso-descendente Carlos Manuel João de Jesus, de 26 anos, foram acusados de encobrimento e aproveitamento de bens provenientes do delito (telemóveis). Os acusados foram detidos pelas autoridades policiais a 6 de Abril, na localidade de Maracay, Estado de Arágua, a 100 quilómetros de Caracas. |