Cinco anos depois, a União Desportiva de Bustos está de regresso ao principal escalão de futebol da AFA. A subida não era o real objectivo do clube, mas num plantel composto por jovens, jovens de grande qualidade e de muita humildade, souberam encarnar na perfeição as ideias do seu treinador. Em cinco anos, Quim Tavares, ao serviço do Bustos, conseguiu quatro subidas, dois títulos de campeão e um quarto lugar. Grande parte do mérito é dele. “Não esperava” O presidente do clube, Fernando Vieira, no início de época, traçou um objectivo, que era ficar entre o sexto e o oitavo lugar. Por seu turno, Quim Tavares disse que nada lhe foi exigido, que ia tentar fazer o melhor possível e, com um plantel jovem e outros valores que coabitam nas camadas jovens, perspectivou, na altura, que, dentro de dois a três anos, o Bustos podia ir muito longe. Os planos do treinador foram antecipados, com a subida a concretizar-se muito mais cedo do previsto. “O objectivo inicial nunca foi este. Arranjámos um plantel formado por jovens com qualidade, tendo como meta realizar um campeonato sossegado, a meio da tabela”, frisou Quim Tavares. O treinador de sucesso do Bustos adiantaria que “aconteceu, muito por força de um grupo de miúdos de excelente qualidade, que fizeram da sua humildade um dos seus pontos fortes, jovens com escola, formados no Oliveira do Bairro, e quando assim é, é fácil para o treinador”. Quim Tavares voltou a reforçar que “não esperava, mas o grupo soube sempre aceitar os métodos de trabalho e as coisas ao domingo funcionavam”. Segundo relato do técnico do Bustos, a equipa iniciou bem o campeonato, mas depois do jogo com em Paredes do Bairro desapareceu um pouco, muito por força da lesão de três/quatro jogadores imprescindíveis. O Bustos chegou a estar a 9 pontos do Calvão, então segundo classificado, mas, com o regresso dos tais jogadores, o clube bairradino encetou uma recuperação notável, com sete vitórias e um empate. Com o final do campeonato e com as coisas a caminharem para a subida, ninguém dentro do clube a rejeitou. Milagreiro? Instigámos Quim Tavares. “Nem pensar nisso. Sói dizer-se que santos da terra não fazem milagres, mas aqui, comigo, tem funcionado. Mas o mérito é dos jogadores, que com o seu espírito ganhador, acreditaram que era possível dar mais esta alegria à massa associativa”.
Obras vão avançar
Fernando Vieira, em declarações a Bairrada Desportiva, reconheceu o grande trabalho de Quim Tavares, o grande obreiro da subida, e que a direcção não teve nada a ver com a mesma, reconhecendo ainda que o campeonato foi muito difícil, que foi necessário trabalhar muito e sofrer para que o clube tenha património. E foi no património que o presidente do Bustos incidiu a sua conversa. António Mota, vereador do desporto da Câmara Municipal, assistiu ao jogo com a CRAC, que deu a subida e participou na festa, na nova sede do clube. Fernando Vieira garantiu-nos que as obras vão avançar, conforme promessa da autarquia. Não no novo campo, mas sim no Dr. Santos Pato, com a colocação de relvado sintético. O presidente do Bustos também não deixou passar em claro o importante donativo dado por Mário Reis Pedreira, presidente da Assembleia de Freguesia e da Assembleia-Geral do Bustos, para a nova sede do clube. “Não recebemos um tostão da Câmara Municipal. A nova sede só foi possível graças ao trabalho e suor das pessoas de Bustos, do donativo de Mário Reis Pedreira”.
Manuel Zappa |