Na sequência das notícias, vindas recentemente a público, sobre as declarações prestadas por Mário Heleno, presidente da Junta de Freguesia de Vilarinho do Bairro, ao Infarmed, no âmbito do pedido de transferência da farmácia da Poutena, (que geraram muita polémica) o período antes da ordem do dia, da última Assembleia Municipal de Anadia, realizada no passado dia 28 de Abril, serviu para votar duas moções (uma contra e outra a favor) em relação ao autarca de Vilarinho do Bairro que, nas últimas semas, tem estado debaixo de fogo.

O deputado Álvaro Pereira, pela bancada socialista, apresentou a moção de repúdio por considerar que nas declarações, emitidas pela Junta de Freguesia de Vilarinho do Bairro, é “ostensivamente diminuído o valor, o prestígio, a iniciativa e o bairrismo da localidade de Poutena, onde se desvaloriza também o enorme interesse social, que tanta gente serve na freguesia”, até porque, segundo este grupo parlamentar, “compete à Junta de Freguesia preservar, defender e desenvolver as potencialidades de toda a freguesia”, pelo que propuseram à Assembleia “um voto de repúdio, por tal procedimento”, moção esta que seria rejeitada pela maioria social-democrata, com 24 votos contra, cinco a favor e uma abstenção.

A propósito deste assunto, Litério Marques realçaria que “quem recebeu cópias da documentação/ofícios foram os vereadores e não os deputados” e que a posição/opinião da Câmara foi no mesmo sentido da emitida, alguns anos antes, ou seja, que nada teria a obstar à mudança desde que fosse garantido, pelo Infarmed, a permanência de um lugar de farmácia na localidade da Poutena.

Também o visado Mário Heleno, em defesa da honra, lamentou que “um deputado que nem na sua terra gasta na sua farmácia venha para aqui levantar este problema”, salientando que “quando respondi ao Infarmed, fi-lo de uma forma consciente e fi-lo a pensar na freguesia, para que a farmácia não saísse da freguesia, até porque essa era a hipótese mais real”.

Mário Heleno avançou ainda que a declaração, emitida pela Junta de Freguesia, lamentavelmente espelha a realidade da localidade da Poutena e que por não ser o presidente da Poutena, mas de toda a freguesia de Vilarinho do Bairro “escrevi aquela informação apenas com o intuito de que a farmácia não saísse para outra freguesia qualquer e permanecesse na nossa”.

No final da discussão deste assunto, seria aprovada a moção de apoio, apresentada por toda a bancada laranja, que solidária com o autarca de Vilarinho do Bairro, entendeu que “a Junta de Freguesia tem de ser isenta, bem como o seu presidente”.

Catarina Cerca