A defesa do emprego de qualidade e a luta contra o desemprego são hoje os temas comuns às comemorações do Dia do Trabalhador das duas centrais sindicais portuguesas, que têm o seu ponto alto em Lisboa e Porto. A CGTP, com um lema mais alargado, que inclui o emprego, os salários e os direitos, assinala a data por todo o país, mas continua a ser a capital o palco da sua tradicional manifestação que, normalmente, junta milhares de trabalhadores. A UGT, sob o lema "Não ao Desemprego, Crescimento e Emprego de Qualidade", abandonou o local de comemorações de muitos anos (o jardim junto à Torre de Belém, em Lisboa) e vai assinalar o Dia do Trabalhador no Cais de Gaia (em Vila Nova de Gaia). A novidade prende-se apenas, segundo o secretário-geral da UGT, João Proença, com o objectivo de descentralizar as comemorações. Mas a central sindical vai ter autocarros para transportar os associados que queiram ir até ao Porto para participar nas comemorações do 1º de Maio da UGT, que serão animadas pela actuação de Rui Veloso. João Proença fará uma intervenção político-sindical a meio da tarde sobre a situação do desemprego, a negociação colectiva e a segurança social. No manifesto que servirá de base às comemorações do Dia do Trabalhador, a UGT denuncia o agravamento do desemprego e da precariedade e defende a necessidade de políticas que promovam o crescimento e o emprego e o combate à economia clandestina, à fraude fiscal e às violações da legislação laboral. A CGTP, no seu manifesto, lembra que, passados 120 anos do 1º de Maio em Chicago, os trabalhadores portugueses estão a sofrer pressões patronais para aumentar o horário de trabalho e aceitar formas de emprego precárias. Neste 1º de Maio a Inter defende a necessidade de se reforçar a luta reivindicativa pela dignificação de quem trabalha e de conjugar as reivindicações dos trabalhadores do sector privado e do sector público. A CGTP assinala a data com concentrações e desfiles em todos os distritos do país ao início da tarde. De manhã promove iniciativas para crianças e provas desportivas em Lisboa, Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Faro, Guarda e Viana do Castelo. O Dia do Trabalhador da CGTP será também assinalado com espectáculos musicais em Bragança, Évora e Lisboa. A União dos Sindicatos Independentes, que há anos reivindica o estatuto de parceiro social, também vai comemorar o dia do Trabalhador com iniciativas no Rossio, em Lisboa. Em 1886, os operários de Chicago lutaram por um horário de trabalho de 8 horas diárias e pela negociação das suas condições de trabalho. A repressão foi violenta e alguns trabalhadores morreram. O 1º de Maio tornou-se no Dia do Trabalhador em homenagem a este exemplo de consciência de classe. |